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SIC admite sequestro seguido de morte, mas declina a ‘tese’ de tráfico de órgãos humanos em Luanda

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O Serviço de Investigação Criminal (SIC) admitiu, esta terça-feira, 17, ter existido um caso de sequestro, seguido de morte em Luanda, facto que levou à detenção de três cidadãos implicados no rapto de um menor de 15 anos, na localidade do KM-36, no município de Viana.

O reconhecimento da existência do referido crime na capital do país consta de um relatório daquele órgão de investigação criminal, no qual se consta o caso do assassinato de um menor, cujo corpo foi encontrado carbonizado “para apagar qualquer vestígio do crime”.

O acto criminoso, ocorrido a 26 de Julho deste ano, envolveu três cidadãos com idades compreendidas entre 22 e 45 anos, um dos quais amigo da vítima, que em vida atendia pelo nome de Adilson Adão Chaves de Sousa.

“[A vítima] recebeu uma ligação de um dos marginais, por sinal seu conhecido, marcando um encontro num dos supermercados da cidade, no município de Viana, para juntos almoçarem, mas nesse encontro também se fizeram presentes os demais integrantes da quadrilha”, narra o relatório.

O SIC aponta que a intenção sempre foi a de raptar o adolescente com o objectivo de extrair os seus órgãos genitais, para um suposto ritual de feitiçaria, contrariando-se assim a tese disseminada nas redes sociais, segundo a qual teria se tratado de um caso de tráfico de órgãos humanos.

“Neste sentido, importa realçar que não se tratou de tráfico de órgãos humanos, como vem sendo divulgado nas redes sociais e em alguns órgãos de comunicação social”, sustenta o relatório.

Segundo o SIC, para que o caso fosse considerado um crime de tráfico de órgãos humanos, seria preciso acoplar outros pressupostos que fazem parte da sua tipologia.

O relatório do Serviço de Investigação Criminal foi apresentado esta terça-feira,17, no seu edifício sede, no município do Cacuaco, no âmbito da Análise dos Dados Estatísticos dos Níveis de Criminalidade registados no período de Janeiro a Junho, no território nacional, com realce para a província de Luanda.

Bernardo Pires

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