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SIC investiga morte do líder da primeira associação LGBTQIP+ em Angola

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O Serviço de Investigação Criminal (SIC) em Luanda anunciou, nesta terça-feira, 27, que está a investigar as circunstâncias da morte do líder da Associação Íris Angola (primeiro movimento LGBTQIP+), encontrado morto em casa, suspeitando a ocorrência de um alegado homicídio por asfixia.

Em declarações à Lusa, o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC Luanda, Fernando Carvalho, confirmou a morte de Carlos Fernandes, salientando que já existem suspeitos e que decorrem as investigações.

“Confirmamos a morte deste indivíduo por asfixia, mas ainda não temos detidos e estamos a trabalhar no caso. As evidências levam-nos para homicídio, mas vai se fazer a autópsia para termos a certeza”, disse o oficial do SIC.

O líder da Associação Íris Angola foi encontrado morto em casa, na segunda-feira, 26, “em circunstâncias a confirmar-se pelas autoridades”, segundo um comunicado da Associação Íris.

A única associação LGBTQIP+ (Lésbicas, Gays, Bissexual, Transgénero, Queer, Intersexo, Pansexual e mais) no país, legalizada em Junho de 2018, manifesta “profunda tristeza e consternação” pela morte do responsável e diz que a sua partida deixa “um vazio imenso no seio da comunidade e luto profundo nos corações”.

Esta é a segunda morte de um membro da comunidade LGBTQIP+ em Luanda num intervalo de três semanas.

O Club-K noticiou anteriormente a morte de um advogado da mesma comunidade no seu apartamento, alegadamente por asfixia, motivada por questões passionais.

Sobre a morte do advogado, o porta-voz do SIC em Luanda deu conta que este foi enterrado na última semana em Benguela e que as investigações deste caso continuam em curso.

“Em princípio aventámos também um homicídio por asfixia. Continuamos a trabalhar para os dois casos. Temos alguns suspeitos, estamos no encalço”, assegurou Fernando Carvalho, descartando, no entanto, qualquer ligação entre ambos os casos.

“A situação preocupa-nos, mas não por serem da comunidade gay, daí que diligenciar no sentido de ver estes dois casos esclarecidos e não metemos a causa de serem gays, mas por serem cidadãos nacionais”, concluiu o oficial de investigação.

*Com a Lusa

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