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Membros do PRA-JA-Servir Angola provam da brutalidade policial no dia do regresso dos ‘sábados sangrentos’

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As imagens resultantes da brutalidade policial do último sábado, 28, deixam poucas dúvidas: estão de regresso os sábados sangrentos, aqueles dos tempos em que qualquer acto político-partidário e/ou cívico que não estivesse afecto a um organismo governamental ou público era copiosamente repreendido com a mais vil das acções de efectivos da Polícia Nacional (PN).

No mesmo dia em que era reprimida, nos largos da Independência e das Heroínas, uma marcha pela libertação dos chamados ‘presos políticos’, não muito distante dali, pouco mais de dois quilómetros, se tanto, um outro efectivo das forças de defesa e segurança frustrava, com uma violência mais expressiva e sentida, a marcha levada a cabo pelo projecto político PRA-JA-Servir Angola.

Tudo se deu quando Abel Chivukuvuku, companheiros  (incluindo deputados à Assembleia Nacional) e apoiantes do PRA-JA-Servir Angola acabavam de dar início à marcha programada, que os tiraria do largo da ENDE, na Rua Cónego Manuel das Neves (São Paulo), até ao Complexo de Eventos Magnólia, no bairro dos CTTs, no Rangel.

Era lá onde Abel Chivukuvuku tinha agendada a realização de uma palestra subordinada ao tema das autarquias, um dos assuntos actuais na política nacional. Mas, para lá chegar, o político pretendia fazê-lo a pé, marchando e quiçá arrastando para o local alguns dos seus aficcionados. Porém, a pretensão da marcha fez ressuscitar a impressionante e repugnante imagem do velho fardo das agressões e da brutalidade policial dos últimos dez anos.

“A marcha não tinha ainda percorrido 100 metros, quando um grupo de agentes da Polícia Nacional, ostensivamente armado, sob o comando do chefe das operações do município de Luanda, superintendente Salvador, a bloqueou. Seguidamente, lançaram granadas de gás lacrimogénio”, descreve um comunicado de imprensa, divulgado este domingo, 29, pelo movimento liderado por Abel Chivukuvuku.

O resultado da brutalidade policial é expressivo e vem ilustrado num conjunto de imagens partilhadas pelo próprio projecto político, que contabilizou 17 feridos, como consequência de agressões a membros do PRA-JA Servir Angola, a cidadãos transeuntes, e até a deputados à Assembleia Nacional presentes no local.

No comunicado, o movimento liderado por Abel Chivukuvuku refere que “a acção da polícia não tem respaldo legal e configura [uma] clara violação dos direitos fundamentais dos cidadãos plasmados na Constituição da República de Angola (CRA)”.

O documento salienta ainda que as granadas de gás lacrimogénio foram lançadas em direcção ao coordenador geral do Projecto Político PRA-JA Servir Angola, que, acrescenta, “escapou por um triz da acção violenta, repressiva e criminosa dos agentes da Polícia Nacional”.

A coordenação geral do PRA-JA Servir Angola explica ainda que, antes da data do evento, remeteu, no dia 26 de Janeiro, uma nota informativa à Comissão Administrativa de Luanda e ao Comando Municipal da Polícia Nacional, na qual constavam todos os pormenores da actividade, tendo a mesma sido “devidamente protocolada pelos respectivos órgãos”, não tendo recebido qualquer comunicação a inviabilizar o referido acto.

“Pela ocorrência, que deveria envergonhar o governo de Angola, a Coordenação Geral do Projecto Político PRA-JA Servir Angola repudia e condena veementemente a acção da polícia que demostrou claramente não ser uma instituição apartidária e republicana”, manifesta o comunicado.

Para o grupo de políticos liderados por Abel Chivukuvuku, ao agir como agiu, os efectivo das forças de defesa e segurança revelaram-se “como uma polícia política, vocacionada para reprimir violentamente a oposição, como o fizeram a GESTAPO, da Alemanha nazista, a STASI da Alemanha oriental, a TCHEKA, da União Soviética, e a PIDE-DGS, do regime ditatorial de Salazar”.

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