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Franco Mufinda admite que MINSA priorizou mais a covid-19 do que a malária, tuberculose e o VIH/SIDA

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O secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, admitiu, esta semana, que os recursos financeiros que deviam ser dedicados exclusivamente à construção de novas infra-estruturas, para a redução do impacto da malária, tuberculose, do VIH/SIDA e outras endemias, foram empurrados para o combate à Covid-19.

“Contra esse facto, infelizmente, surgiu a Covid-19 em finais de 2019, que acabou por abalar todo um projecto que de per si era desafiante”, admitiu o governante, que falava em declarações à imprensa, durante a celebração do Dia Mundial da Cobertura Universal da Saúde, em Luanda, cerimónia que acolheu representantes do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Franco Mufinda reconheceu existir no país a necessidade, cada vez maior, de o governo construir mais infra-estruturas em função do actual crescimento demográfico populacional para dar resposta aos problemas de saúde, citando como exemplo o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), que prevê o surgimento de novos postos de saúde, centros de saúde e hospitais municipais em alguns pontos do país.

A par das infra-estruturas, Franco Mufinda referiu-se igualmente ao desafio que o Ministério da Saúde tem no reforço dos recursos humanos, a fim de tornar mais funcionais as unidades de saúde, bem como a vantagem da tecnologia no apoio ao diagnóstico e a acomodação das pessoas.

“Quando se fala em saúde é no sentido mais lato, não apenas a ausência de doenças, saúde é a economia, é o bem-estar espiritual, bem-estar social, ambiente, habitação, acesso à água, saneamento básico. Se a gente tiver esses elementos todos assentes, acreditamos que podemos evitar mais doenças. Aí, sim, poder-se-á falar em saúde, repito, saúde não é ausência de doença”, rematou.

Dados divulgados à imprensa este ano pela ministra da Saúde revelam que Angola registou, entre Janeiro e Maio, um total de 3.799.458 casos de malária, dos quais 5.573 resultaram em óbitos. Em relação a novas infecções por VIH/SIDA, registaram 18 mil novos casos só no primeiro semestre de 2021.

O Orçamento Geral dos Estado para 2022 reserva 40,5 mil milhões de kwanzas para o combate à covid-19, cerca de 1, 3 mil milhões para  o combate à malária e  1,1 mil milhões de kwanzas de combate à tuberculose.

Bernardo Pires

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