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ACJ reelege-se com esmagadora maioria e pisca o olho ao diálogo com JLo

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A vitória em si nunca esteve em causa, até porque ao leme seguia um único candidato que já em 2019 se tinha feito eleger com mais de 50 por cento dos votos (53%, para sermos mais precisos). No último sábado, 4, no Complexo Sovsmo, em Viana, uma vez mais a voz dos militantes do maior partido na oposição se fez ouvir em torno de Adalberto Costa Júnior, cujo mandato foi interrompido por força do “polémico” acórdão do Tribunal Constitucional.

Num universo de 1.121 delegados, Adalberto Costa Júnior mereceu o voto favorável de 1.081, 26 votos contra e houve ainda três votos nulos, acabando por configurar uma maioria absoluta de 96,43%, contra os 2,32% de votos desfavoráveis e 0,27% de boletins nulos.

Durante o seu discurso de investidura, Adalberto Costa Júnior não poupou nas palavras, considero ter chegado a hora para se construir “uma Angola nova e melhor, sem fome, com escolas, com hospitais e com dignidade para todos os angolanos”. Mas, um futuro que o novo presidente da UNITA vê como um projecto político que se não fique apenas pelos objectivos do seu partido.

“Este não é um projecto só para os militantes da UNITA, mas para todos os angolanos. Chegou a hora de construirmos uma Angola nova e melhor, sem promessas irrealistas e sem projectos megalómanos. Uma Angola de trabalho, em que todos tenham o seu lugar, todos possam contribuir. Chegou a hora de uma Angola sem corrupção e sem roubos. Chegou a hora da alternância democrática”, anunciou o líder da UNITA.

Para Adalberto Costa Júnior, este congresso provou, mais uma vez, que “são os militantes que decidem democraticamente o que o Partido é, o que o Partido quer, o que o Partido fará”. “Não será o partido do governo ou qualquer pequeno grupo minoritário que poderá impor as suas decisões dentro do nosso partido”, esclareceu.

O recém-eleito presidente da UNITA não tem dúvidas de que o projecto do seu partido é inclusivo a todos os angolanos, independente de serem militantes ou não do seu partido.

O presidente da UNITA deixou em aberto a porta do diálogo com João Lourenço, garantindo que tudo fará para “limpar o passado negativo, de falta de diálogo”. O presidente do Galo Negro acredita que na possibilidade de vir a “sentar-se com o Presidente da República em um Ondjango e juntos abordarem sobre os desafios que o país atravessa, de forma a passarem uma mensagem de unidade nacional respeitando a diferença”.

Bernardo Pires

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