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Reservas Internacionais Líquidas actuais garantem importações de bens e serviços para 11 meses

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As Reservas Internacionais Líquidas (RIL) de Angola estão situadas em 14,7 mil milhões de dólares. O valor, de acordo com o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano — que discursava no Parlamento esta quarta-feira, 21, durante a segunda sessão do debate sobre a Conta Geral do Estado (CGE) —, cobre 11 meses de importações de bens e serviços.

Durante o exercício económico de 2019, o país registou “uma acumulação de reservas internacionais, tendo o saldo das reservas brutas passando de 16,17 mil milhões de dólares norte-americanos, em 2018, para 17,21 mil milhões, em 2019, correspondendo a um grau de cobertura de 9,26 meses de importações de bens e serviços”.

José de Lima Massano aproveitou a ocasião para referir que o exercício daquele ano foi bastante positivo, a julgar pelo crescimento das RIL que não se observava desde 2013.

O saldo positivo da balança de pagamentos foi outro argumento que José de Lima Massano levou à ‘casa das leis’ para provar que o ano em análise foi marcado por um desempenho desejado.

O mais alto responsável do banco central angolano disse que no âmbito do programa de estabilização macroeconómica, o BNA colocou em curso um programa de desaceleração de preços na economia, mas que, em 2020, “foi invertido pelos motivos que são conhecidos”, referindo-se à Covid-19.

José Massano considera que o programa produziu resultados positivos a nível da inflação e do mercado cambial, apesar da depreciação da moeda de cerca de 36%. “A moeda nacional trazia uma sobrevalorização de 70%, o que torna a economia pouco competitiva”, contextualizou.

Ante as críticas que ouviu serem proferidas insistentemente pelos deputados, o governador do BNA rebateu: “o banco central continua a sua missão, com sentido de estabilização de preços na economia”, corrigindo que a inflação do país, em 2019, não foi de 25, 1%, mas de 16, 9%.

Para José Massano, as grandes linhas foram alcançadas, do ponto de vista da estabilidade do sistema financeiro, mas, não deixou de admitir que a instituição que dirige tem um grande desafio relativo à alta de preços, com os bens alimentares, que, na sua visão, é provocada pela dependência das importações.

Jaime Tabo

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