RDC. Quatro dezenas de reféns escapam dos rebeldes das ADF
Cerca de 40 pessoas sequestradas pelas Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês) conseguiram escapar nos últimos dias do cativeiro em que estavam na província de Ituri, no leste da República Democrática do Congo (RDC).
De acordo com a coordenadora da sociedade civil no território de Mambasa, Marie Noel Anatone, 28 reféns chegaram desde a semana passada a Mayunwano, enquanto 15 chegaram a Some, nos arredores, depois de escaparem aos combates em Yolo.
“Quando falas com os reféns, contam-te que foram os jovens valentes conhecidos normalmente como ‘wazalendo’ que combateram as ADF e deram-lhes a oportunidade para fugirem”, contou Anatone em declarações ao portal congolês de notícias Actualité, citado pela Europa Press.
Além disso, o administrador do território de Mambasa, Jean Baptiste Matadi Muyapandi, disse que 23 pessoas foram libertadas na sequência de uma operação militar lançada depois de um ataque feito em 27 de Junho na região, que fez pelo menos cinco mortos e vários sequestrados.
As ADF são um grupo rebelde de origem ugandesa, e os seus objetivos são vagos para além de uma possível ligação ao extremista Estado Islâmico, que por vezes assume a responsabilidade pelos seus ataques.
De acordo com os últimos dados do Barómetro de Segurança do Kivu, as ADF são responsáveis por quase 3.900 mortes em mais de 740 ataques na RDC desde 2017.
As autoridades ugandesas acusaram o grupo de organizar ataques dentro do seu território, como uma incursão recente em que pelo menos 42 pessoas morreram, incluindo 37 estudantes, num ataque a uma escola em 16 de Junho no distrito de Kasese (oeste).
Para pôr fim às ADF, os exércitos da RDC e do Uganda iniciaram em novembro de 2021 uma operação militar conjunta em solo congolês que ainda está em curso, embora os ataques rebeldes não tenham cessado.