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Poland’s President Andrzej Duda speaks during his media announcement about his decision on the Holocaust bill at Presidential Palace in Warsaw, Poland, February 6, 2018. Agencja Gazeta/Dawid Zuchowicz via REUTERS ATTENTION EDITORS – THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. POLAND OUT. NO COMMERCIAL OR EDITORIAL SALES IN POLAND.

Polónia. Lei que impede recuperação de casas tomadas por nazis gera revolta

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O Presidente da Polónia, Andrzej Duda, ratificou uma lei que vai tornar mais difícil para os judeus a recuperação de propriedades que as suas famílias perderam durante e pouco depois da Segunda Guerra Mundial.

Israel afirmou que a nova lei é anti-semita e retirou o seu enviado diplomático de Varsóvia, a capital da Polónia, por causa da legislação.

A lei é relativa à propriedades roubadas por nazis alemães e depois, após o fim da guerra, confiscadas pelo governo da Polónia, que à época era comunista. A legislação cria um limite de 30 anos para reivindicações dessas propriedades. Mas como a maioria dos confiscos pelo governo aconteceram logo após a guerra — que terminou em 1945 — grande parte das demandas terão expirado.

O governo polaco diz que a mudança vai dar fim a um período de “caos jurídico”, mas o governo de Israel já reagiu. “A Polónia aprovou hoje — e não é a primeira vez — uma lei imoral e anti-semita”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Israel, Yair Lapid, num comunicado.

Lapid disse ainda que recomendou ao embaixador da Polónia em Israel que permanecesse na Polónia durante as férias. “Ele deve usar o tempo disponível para explicar aos polacos o que o Holocausto significa para os cidadãos de Israel e que não iremos tolerar o desprezo pela memória das vítimas e pela memória do Holocausto”, afirmou Lapid.

O primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, disse que a lei é “vergonhosa” e mostra “desprezo pela memória do Holocausto”. Cerca de seis milhões de judeus morreram no Holocausto, metade deles polacas. Cerca de 90% da comunidade judaica da Polónia antes da guerra foi morta. Também foram assassinadas milhões de pessoas de outros grupos: eslavos, ciganos, prisioneiros de guerra, pessoas com deficiência, homossexuais, maçons e testemunhas de Jeová.

A oposição de Israel à nova legislação foi apoiada pelos EUA, e Lapid disse que irá discutir com Washington novas medidas de oposição à atitude da Polónia.

O governo polaco já havia dito que as acusações de Israel e dos Estados Unidos não reflectem a motivação por trás da lei. Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, as autoridades comunistas da Polónia nacionalizaram muitas propriedades que haviam ficado vazias porque seus proprietários haviam fugido ou morrido.

*Texto do portal G1

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