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Israel. Oposição pede eleições antecipadas após ataque do Hamas

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O líder da oposição israelita, Yair Lapid, instou hoje a realização de eleições antecipadas, considerando uma “completa loucura” que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, continue a governar Israel após o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas de 7 de Outubro.
“Precisamos de outro Governo, temos um Governo disfuncional, que não lidera, que não consegue enfrentar os desafios do país; este é um Governo que nos destruiu a partir de dentro”, sustentou o líder da oposição de Israel numa conferência de imprensa que partilhou nas redes sociais.
“O facto de Benjamin Netanyahu continuar nas nossas vidas depois de 7 de Outubro é uma completa loucura”, declarou Lapid, que foi primeiro-ministro durante um breve período, entre Julho e Dezembro de 2022.

O ex-governante insistiu na “urgente” necessidade de convocação de eleições legislativas antecipadas apesar do conflito em curso, apontando como exemplo as eleições locais e municipais que decorrem em Israel esta terça-feira, após vários adiamentos.

“Amanhã (terça-feira), há eleições no Estado de Israel, e isso não prejudicou nem a unidade, nem a vitória. Se foi isto que fizeram nas autarquias, também podem e devem fazê-lo no país. Marquem uma data e realizem as eleições”, exigiu.

“Netanyahu é culpado e não tem condições para governar, e temos que ir a eleições o mais rapidamente possível. Pelos nossos combatentes em Gaza, pelas famílias na frente interna, pelos sequestrados e pelos deslocados. Precisamos de eleições o mais depressa possível”, insistiu.

A 7 de Outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 132 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 143.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza perto de 29.800 mortos, mais de 70.000 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.

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