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Pedro Dala, um dos vencedores do ‘duplo congresso’ da FNLA, só fala após acórdão do TC

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O ex-secretário-geral da FNLA, Pedro Dala, e um dos vencedores do “duplo congresso” realizado entre Agosto e Setembro últimos, prometeu, esta quarta-feira, 3, pronunciar-se “formalmente” sobre a liderança de Nimi-a-Nsimbi à frente do “partido dos irmãos” só depois da deliberação do Tribunal Constitucional, que deverá anotar e legitimar um dos dois pleitos.

O actual líder da FNLA, Nimi-a-Simbi, deu entrada, na última sexta-feira, 29, do processo para que aquele tribunal possa anotar e legitimá-lo à frente dos “irmãos”, após 20 anos de crise política que se instalou no seio do movimento de libertação nacional fundado pelo nacionalista Holden Roberto.

Eleito no V Congresso Ordinário, realizado entre os dias 16 a 20 de Setembro último, Nimi-a-Simbi conseguiu a primeira vitória nas urnas e poucos dias depois logrou uma segunda: Lucas Ngonda abdicou do cargo pacificamente, aceitando os resultados eleitorais que ditaram a vitória de Nimi-a-Simbi.

Pedro Dala, que não reconheceu a legitimidade do pleito ocorrido em Setembro, recusa tecer “comentários prévios” concernentes à sua actual posição e a de Nimi-a-Simbi, quanto à validação ou não do conclave que elegeu o seu correligionário, uma vez que o mesmo “só deu entrada do processo sexta-feira, 29 de Outubro”.

O político disse não querer fazer ainda declarações à imprensa por estar “a amadurecer o pensamento”. “Eu quis conversar com ele [Nimi-a-Simbi], no sentido de vermos o futuro do partido pós-Lucas Ngonda. Vamos aguardar. Quando o acórdão sair, nós nos vamos pronunciar”, prometeu.

Em declarações ao programa Grande Entrevista da TPA, na qual abordou as questões do seu partido e do país, o ex-presidente da FNLA Lucas Ngonda lembrou que Pedro Dala “foi suspenso e depois afastado do cargo, na sequência de uma tentativa de destituição do presidente do partido”.

Ngonda contou que a tentativa de sua destituição começou a ser sentida depois de ter manifestado a pretensão de deixar a liderança do partido. Ao tomar conhecimento da “intentona”, Lucas Ngonda disse ter decidido suspender o secretário-geral, ao que se seguiu a sua destituição pelo Comité Central.

“Assim sendo, não há legitimidade neste congresso”, declarou o ex-presidente da FNLA, referindo-se ao conclave que elegeu Pedro Dala como seu sucessor, em Agosto último.

Bernardo Pires

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