Participações do Estado no BAI e no Económico serão vendidas em bolsa no I semestre de 2022
O Estado angolano vai vender em bolsa as participações que detém nos bancos BAI e Económico até ao primeiro semestre do próximo ano, através de uma oferta pública inicial, anunciou o presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Patrício Vilar.
Em declarações à imprensa, Patrício Vilar afirmou que já existe um processo de privatização destes bancos envolvendo vários accionistas com direito de preferência.
“Começou uma nova caminhada e, no entanto, a história continua, até pelo menos Julho ou Agosto do próximo ano, com mais empresas a serem privatizadas, desta vez, não em leilão”, avançou.
Em relação ao BAI, no qual o Estado detém 10% dos activos, sendo 8,5% por meio da Sonangol e 1,5% através da Endiama, Patrício Avelar explicou que há um acordo dos accionistas e a revogação das cláusulas de direito de preferência, afirmando que “eles [os accionistas do banco] estão de acordo que se processe em bolsa”.
Patrício Vilar, que afirmou existir “promiscuidade, sobretudo entre o papel regulador, supervisor e o de accionista”, defende uma reforma estrutural e funcional do sector público.
“Quando somos árbitros e jogadores em simultâneo, temos dificuldades em sermos exigentes do ponto de vista da eficiência. É necessário atacar os dois problemas ao mesmo tempo: o problema do papel do Estado nas empresas e o da gestão profissional”, defendeu.
A decisão da venda das participações no BAI foi autorizada no mês passado, através do Despacho Presidencial n.º 201/21, de 23 de Novembro, tornando-se na primeira entidade bancária no percurso do mercado de capitais no país em que as suas acções serão negociadas em bolsa.
A venda, de acordo com o referido decreto, será feita de forma agregada, ou seja, por via de um concurso limitado por prévia qualificação, cuja responsabilidade de condução está atribuída ao Ministério das Finanças.
Com 10%, o Estado é o maior accionista do BAI, seguindo-se a Arcinella Assets e a Sforza Properties, que detêm 7% e 6,5% das acções, respectivamente. As outras seis entidades detêm 5% cada uma, totalizando 52% das acções, enquanto os restantes 48% estão distribuídos entre outros accionistas, em lotes menores.
Já para o caso do Banco Económico, o Estado, através da petrolífera estatal, é igualmente o maior accionista com 39,4% das acções, por via de três subsidiárias: a Sonangol E.P (16%), Sonangol Vida (16%) e a Sonangol Holding (7,4%). A petrolífera nacional possui ainda 25% dos activos do Banco Caixa Geral Angola (BCGA) e 13% do Banco Fomento Angola (BFA).