MPLA vai contar com um ‘Conselho da República’ interno
O Presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço, anunciou, durante a realização da VII Sessão Extraordinária do Comité Central, ocorrida nesta terça-feira, 7, no Centro de Conferência de Belas, em Luanda, que o seu partido vai criar um órgão consultivo interno com um formato muito parecido com o do Conselho da República.
O referido órgão poderá contar com o concurso de alguns dos históricos que viram os seus nomes afastados da lista de membros do Comité Central do partido, casos de Roberto de Almeida, Dino Matrosse, António França ‘Ndalu’, Amadeu Amorim, Francisco Magalhães Paiva ‘Nvunda’ e Santana André Pitra ‘Petroff’.
“O nosso estatuto, que será aprovado neste congresso, prevê a criação de um órgão de consulta do Presidente do Partido com o estilo que é o Conselho da República, que estamos a chamar de conselho partidário”, anunciou João Lourenço, quando explicava as razões do afastamento de várias figuras de ‘peso’ do Comité Central.
“Ainda vamos a tempo de chamar-lhe ‘Conselho de Honra’ e muitos destes camaradas que acabei de citar ou todos, portanto, vão integrar esse mesmo conselho, por indicação do presidente do partido”, assinalou João Lourenço, que chamou para si a responsabilidade de comunicar o afastamento destes históricos “para evitar especulações de vária ordem”.
“Eu tinha que falar para o público, porque corríamos o risco de, logo que se tomasse conhecimento de que os nomes dos camaradas não estão na lista de candidatos, haveria muita especulação à volta deste facto”, afirmou.
O líder do Partido que governa o país há mais de 46 anos considera que “estamos hoje, diante de uma sociedade onde se diz mal de tudo, falam-se verdades e inverdades”. “Algumas dessas inverdades lesariam não apenas o bom nome e o prestígio do partido, como o prestígio dos camaradas que tomaram esta decisão de boa-fé”, explicou.
João Lourenço congratulou-se com a entrega dos militantes que ora cessam a sua vida política activa. São militantes que, segundo o líder do MPLA, se sacrificaram na linha da frente do partido”. Porém, entende que “é chegada a hora de injectar sangue novo ao partido, sem descorar a experiência dos militantes que agora deixam o Comité Central”.
“A vida é mesmo assim, em determinado momento, tem que haver sempre sucessão, por razões de diversa ordem, mas até mesmo por razões de idade”, referiu.
A sétima Sessão Extraordinária do Comité Central deliberou ainda a aprovação da lista de candidatos ao cargo de presidente do partido e reafirmou o apoio a João Lourenço, na qualidade de Presidente da Republica e do MPLA.