Ministra responde às críticas de Raúl Araújo: “Este governo tem projectos a serem financiados, inclusive para a Covid-19”
A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, afirmou nesta sexta-feira, 23, que durante o actual mandato do executivo a Universidade Agostinho Neto (UAN) desenvolveu projectos que mereceram financiamentos, facto que, segundo a governante, “nunca aconteceu no país”.
As declarações foram proferidas em entrevista à Rádio Nacional de Angola (RNA) em resposta às críticas feitas, na quarta-feira, 21, pelo professor catedrático Raúl Araújo, que chegou a considerar que havia mais liberdade de funcionamento, mais liberdade científica no tempo do Partido Único, do que neste momento na Universidade Agostinho Neto.
Maria do Rosário Sambo, contrariando as declarações do académico, afirmou que “Angola nunca fez editais de financiamentos de projectos que terminassem com financiamento”. No entanto, continuou, “este governo tem projectos a serem financiados, inclusive projectos para a Covid-19, como sabemos”.
Apesar de admitir que Angola “nunca esteve em consonância com os padrões internacionais de investigação científica”, ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação assinalou que o actual governo demonstra que está a inverter o quadro, no sentido de ajustar o perfil académico no país aos padrões internacionais, com a criação de uma fundação para impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico.
Em relação à crítica segundo a qual a UAN está a caminhar para um “colégio do ensino superior”, tal como classificou o académico Raúl Araújo, a ministra Maria do Rosário Sambo ripostou: “como instituição mãe, seguramente não tem o sentimento de um colégio, porque é uma verdadeira instituição que simboliza o ensino superior no nosso país”.
Maria do Rosário Sambo tem a firme convicção de que “o trabalho e os resultados falam mais do que tudo”.
Na quarta-feira, o director do Centro de Estudos de Direito Público e Ciências Jurídico-Políticas da Universidade Agostinho Neto (UAN), Raúl Araújo, lamentou a maneira como a primeira instituição do ensino superior do país está a ser tratada.
Raúl Araújo criticou a forma quase subserviente como a Universidade Agostinho Neto é tratada pelo órgão de tutela, e lamentou que a componente de investigação científica esteja a ser tirada da universidade que, na sua visão, “não tem nenhum peso específico de diálogo sobre questões ligadas ao ensino superior”.
O académico advogou que a culpa do estado actual da UAN recai sobre o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, por conta da sua posição de “teimosia e de excesso de centralismo”.