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Ministério da Saúde recomenda em nota medidas de vigilância contra a Varíola dos Macacos

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O Ministério da Saúde (MINSA) recomendou, nesta quarta-feira, 25, aos profissionais de saúde medidas de vigilância, diagnóstico e prevenção contra a infecção pelo vírus da varíola dos macacos, uma doença rara, causada pelo vírus da monkeypox, que afecta os macacos, mas que incidentalmente pode contaminar os humanos.

A medida de vigilância foi implementada devido à necessidade de se alertar os gestores e técnicos das distintas unidades sanitárias do Sistema Nacional de Saúde, bem como as autoridades sanitárias, a fim de se “detectar precocemente, investigar e confirmar a etiologia de todos os casos suspeitos”.

A nota do MINSA recomenda ainda a investigação de todos os casos suspeitos, com identificação dos contactos, bem como a avaliação e monitorização da propagação e evolução da epidemia, assim como a eficácia das medidas de controlo.

O MINSA alerta ainda os médicos, enfermeiros, técnicos de diagnósticos e terapêutica para o diagnóstico clínico da infecção, que inclui outras doenças cutâneas, como a varicela, a rubéola, a escabiose, a sífilis, o sarampo, e as alergias associadas a medicamentos. No entanto, a nota sublinha que o diagnóstico definitivo da doença é laboratorial.

A nota orienta que, em caso de suspeita de varíola do macaco, se deve colher uma amostra de lesões vesiculares ou de crostas, e devem ser armazenadas num tubo seco estéril e mantido em caixas isotérmicas, para posteriormente ser enviada com segurança para o Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS).

A varíola dos macacos está dividida em dois períodos, nomeadamente o período da invasão, que ocorre de um a cinco dias, caracterizado por febre, dor de cabeça intensa, linfadenopatia, mialgia e astenia intensa; e o período de erupção da pele, que aparece entre um a três dias após o aparecimento da febre.

Neste período, segundo a bota do MINSA, a erupção inicia no rosto, e posteriormente espalha-se para as outras partes do corpo, sendo a face, as palmas das mãos e a planta dos pés as partes mais afectadas pela doença, sendo o período de incubação da infecção de seis a 16 dias, podendo variar até 21 dias.

Medidas preventivas

Para se prevenir do vírus o Ministério da Saúde recomenda: evitar contacto da pessoa infectada com os outros pacientes, evitar o contacto físico com pessoas contaminadas ou com materiais contaminados, isolar os pacientes em casa ou em unidades de saúde, aumentar a consciencialização sobre os factores de risco, educar as pessoas sobre as medidas para reduzir a exposição ao vírus e reforçar as medidas de vigilância e identificação rápida de novos casos.

O MINSA recomenda ainda reduzir o risco de transmissão do animal para o humano, evitando contactos com roedores e primatas e limitar a exposição directa ao sangue e carne destes animais, cozinhar bem a carne antes do seu consumo, usar luvas e roupas apropriadas durante o manuseio dos animais durante os procedimentos de abate, bem como utilizar luvas e equipamentos de biossegurança ao cuidar de pessoas doentes.

Origem

A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colónias de macacos mantidos para pesquisa, tendo o primeiro caso humano sido registrado em 1970, na República Democrática do Congo (RDC), em um menino de nove anos, durante um período de esforços intensificados para eliminar a varíola. Em 2022, o primeiro caso foi identificado na Europa, na Inglaterra.

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