Isto É Notícia

João Lourenço considera que os conflitos armados são a causa do agravamento da miséria em África

Partilhar conteúdo

O Presidente da República, João Lourenço, considerou, nesta terça-feira, 31, que os conflitos armados em África têm sido a causa principal para o agravamento da fome, das migrações forçadas, do aumento do desemprego e do desinteresse dos investidores estrangeiros em conhecer o continente.

João Lourenço, que discursava online na sessão do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, realizada em Adis Abeba (Etiópia), no âmbito do lançamento do ‘Dia da Paz e Reconciliação em África’ — que passa a ser comemorado todos os anos no dia 31 de Janeiro — defendeu que “só é possível alcançar a paz e a reconciliação em África com acções voltadas para a criação do espírito de confiança e de unidade na diversidade para a prevenção, gestão e resolução de conflitos”.

Para assinalar a nova data do calendário político africano, o Presidente angolana deixou claro que “só é possível alcançar a paz e a reconciliação em África com ações voltadas à criação do espírito de confiança e de unidade na diversidade para a prevenção, gestão e resolução de conflitos”.

O Presidente angolano exortou os africanos a “desarmarem” as mentes e “trabalharem de mãos dadas” e com “espírito de fraternidade”, para se pôr fim aos conflitos que subsistem na África Ocidental, na África Central, na Região dos Grandes Lagos, na África Oriental e no Corno de África.

“Deixemos definitivamente para trás o passado conturbado de desentendimento, de desarmonia e de discórdia, que condicionou e comprometeu a execução de estratégias de desenvolvimento que ajudariam a impulsionar o nosso crescimento económico e colocar-nos a um nível aceitável de competitividade com outras regiões do mundo”, apelou João Lourenço.

O titular do poder executivo angolano assumiu como sua ambição ver o continente africano “economicamente forte e socialmente estável”, um sonho, segundo referiu, realizável, desde que haja um trabalho conjunto para alcançar a paz definitiva em todo o continente.

Para isso, apelou “tolerância zero ao terrorismo, aos golpes de Estado e às guerras inter-étnicas, inter-religiosas e entre países vizinhos”.

“Para que África seja um continente de paz, reconciliação e desenvolvimento económico, depende sobretudo de nós, dos políticos, dos governantes e dos cidadãos africanos”, acrescentou.

Recordar que, o evento foi organizado no território etíope, justamente por conta do conflito armado que se vivi naquela região desde o ano de 2020.

A guerra começou como o culminar de um ambiente de grandes tensões políticas e administrativas, que foi escalando desde que o Presidente etíope Abyi Ahmed chegou ao poder, em 2018.

Abyi Ahmed ordenou uma ofensiva contra os separatistas da Frente Popular de Libertação do Tigray, enviando o exército federal para a região.

Em resposta, o grupo de rebeldes atacou a base principal do exército em Mekelle, começando assim o conflito armado, que se intensificou depois com a entrada das forças militares da Eritreia a apoiarem o governo federal.

A mais recente estimativa sobre o número de mortos provocado pela guerra do Tigray foi divulgada pelo mediador da União Africana (UA) para o conflito e ex-Presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, ao Financial Times, a 15 de Janeiro do corrente ano.

Obasanjo falou em cerca de 600 mil mortos, salientando que, a partir de 2 de Novembro do ano passado, dia em que foi assinado o acordo de paz entre o governo etíope e a Frente Popular de Libertação do Tigray, terão sido evitadas cerca de mil mortes por dia.

ISTO É NOTÍCIA

Artigos Relacionados