‘Insatisfações intra-muros’ no BD levam Filomeno Vieira Lopes a vir a público esclarecer integração na lista da UNITA
O presidente do Bloco Democrático (BD), Filomeno Vieira Lopes, viu-se esta quinta-feira, 30, ‘forçado’ a vir a público esclarecer as razões pelas quais o partido decidiu não ir a voto a 24 de Agosto deste ano, apesar de estar pronto para realizar campanhas eleitorais, apelando ao voto na UNITA, formação partidária em cuja lista de candidaturas a deputados à Assembleia Nacional constam alguns nomes de militantes seus e com a qual se uniu no âmbito da Frente Patriótica Unida (FPU).
O BD, que nas últimas eleições concorreu coligado na Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), assume o “ónus” de não concorrer às eleições deste ano, por ter definido como sua prioridade “transformar para melhor a vida dos angolanos com um novo governo”.
Filomeno Vieira Lopes admitiu, em conferência de imprensa, que o seu partido toma o risco de não ter assento no Parlamento, dando, entretanto, garantias de que, nas próximas eleições, a decorrerem em 2027, voltará a concorrer, coligado ou mesmo com sigla própria.
“O Bloco Democrático irá fazer campanha política, não apelando ao voto em si, mas na UNITA, uma vez que isso acontece nas democracias”
Quanto à decisão de fazer campanhas eleitorais mesmo não estando formalmente coligado à UNITA, Filomeno Vieira Lopes esclareceu que “não vai estar com caprichos”, uma vez que o apelo aos seus militantes do BD será feito no sentido deles votarem na UNITA, muito embora, reconheceu, existam algumas “bossas” no seio do partido, que se manifestam insatisfeitos com a posição em que os membros do Bloco Democrático estão colocados na lista encabeçada pelo maior partido na oposição.
“O Bloco Democrático irá fazer campanha política, não apelando ao voto em si, mas na UNITA, uma vez que isso acontece nas democracias”, salientou Filomeno Vieira Lopes, uma semana depois de ter vindo também a público esclarecer que, por conta de “entendimentos com outras forças políticas nacionais para a alternância do poder”, não iriam concorrer com sigla própria, nem coligado”, deixando de ser formalmente um partido com assento parlamentar.