Documentário ‘Muxima’, do cineasta Juca Badaró, conquista ‘Prémio de Melhor Roteiro’ no Festival de Cinema de Vassouras do Rio de Janeiro
A curta-metragem ‘Muxima’, realizado pelo cineasta e jornalista brasileiro Juca Badaró, foi distinguido com o ‘Prémio de Melhor Roteiro de Documentário’ da edição de 2022 do Festival de Cinema de Vassouras, no Rio de Janeiro, no Brasil. O filme, que foi rodado inteiramente em Angola em 2015, é inspirado numa das maiores manifestações religiosas angolanas, a ‘Procissão à Nossa Senhora da Muxima’.
O documentário de nove minutos aborda questões do colonialismo, memórias e tradições religiosas, fazendo um cruzamento das semelhantes experiências vividas pelo povo angolano e brasileiro ao longo do período colonial português e as marcas colónias que até hoje os povos acarretam.
A ideia da produção do filme, segundo conta o seu realizador Juca Badaró, surgiu após várias vezes ter participado das festividades da Nossa Senhora da Muxima, enquanto residia em Angola, tendo gravado durante dois dias a procissão, missas e peregrinação.
O projecto conta com a produção de cartaz de Renata Semayangue, locução de Carlos Capitango, tradução do kimbundu de Pedro Fernandes Lopes e tradução para o francês de Priscila Rosin.
Além do Festival de Cinema de Vassouras, ‘Muxima’ já foi seleccionado para exibição nos internacionais festivais de Clapperboard Golden Festival (2022), First-Time Filmaker Sessions by Lift-Off Global Network (2022) e aguarda por outras selecções em diversos festivais a que está inscrito.
Nascido em Salvador, no estado da Bahia, José Otávio Monteiro Badaró Santos, ou Juca Badaró, como é conhecido nas lides artísticas, coordena, desde 2017, junto com a produtora de cinema Renata Semayangue, o Cineclube Fruto do Mato, na cidade de Lençóis, na Chapada Diamantina, na Bahia. É director de filmes, pesquisador e jornalista.
Formado em Comunicação Social-Jornalismo, Juca Badaró tem mestrado em Memória: Linguagem e Sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), especialização em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), e actualmente pesquisa a obra literária do escritor Jorge Amado no Doutorado em Memória: Linguagem e Sociedade.
Seu filme “As cores da serpente”, foi o primeiro documentário gravado em Angola a entrar no circuito comercial do cinema brasileiro, em 2019. A longa-metragem foi exibida em pelo menos seis capitais do país e, em 2020, foi indicado ao Grande Prémio do Cinema Brasileiro, na categoria de Melhor Documentário.