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Revista britânica acredita num terceiro mandato de JLo, mas ganho através de eleições que não seriam nem livres nem justas

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A unidade de análise da revista britânica Economist Intelligence Unit acredita que o Presidente João Lourenço venha a contornar, em 2027, os impedimentos constitucionais e concorrer às próximas eleições gerais, ganhando-as, porém, através de um processo eleitoral que teria pouca probabilidade de vir a ser “livre” e “justo”.

Os analistas da revista britânica, que prevêem um acto eleitoral nada “pacífico”, “dada a insatisfação generalizada com o governo de longa data do MPLA, admitem que o Presidente João Lourenço avance com a mudança da Constituição, apesar de o seu partido não possuir os dois terços na Assembleia Nacional para promover as alterações à Carta Magna angolana.

Para a EIU, será pela via do “forte controlo sobre o aparelho estatal” que João Lourenço vai “desrespeitar”, em 2027, a Constituição, fazendo recurso aos seus poderes executivos ilimitados, tal como fez o ex-Presidente José Eduardo dos Santos, ao longo dos 38 anos de poder.

Os analistas assinalam que, apesar do pouco progresso alcançado nas reformas e na diversificação económica, ainda assim, João Lourenço e o MPLA devem manter o controlo do poder em Angola, com a possibilidade real de um terceiro mandato, que resultaria de uma vitória eleitoral em 2027, “mas é pouco provável que essa eleição seja livre ou justa”.

“Os partidos da oposição contestarão a medida e a votação em si não será livre nem justa, originando tumultos”, prevê o relatório, admitindo que o regime angolano venha a usar o seu “controlo apertado sobre o aparelho de segurança”, para reprimir qualquer reacção à decisão de João Lourenço continuar a liderar o país.

O documento, consultado pela Lusa, dá igualmente destaque à melhoria das relações de Angola com os países ocidentais, como os EUA, que tem ajudado o país a garantir novos mercados e financiamento para infra-estruturas como o corredor do Lobito, uma infra-estrutura ferroviária que liga Angola à Zâmbia e à Republica Democrática do Congo (RDC).

No entanto, os analistas deixam um aviso ao governo angolano: a necessidade de saber equilibrar esta aproximação com a relação com os parceiros de longa data, como a China (principal importador de petróleo e credor) e a Rússia, um dos grandes investidores no sector diamantífero de Angola.

*Com a Lusa 

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