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Governo alemão nega críticas e garante foco em impedir vitória russa

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A Alemanha está focada em impedir a vitória da Rússia na Ucrânia, assegurou esta segunda-feira, 2, o chanceler alemão, Olaf Scholz, rejeitando as acusações de inacção por parte do seu governo.

Em entrevista ao canal público ZDF, o líder do governo alemão rejeitou as acusações de inacção e as críticas de que o envio de armas para a Ucrânia promove uma escalada do conflito.

Scholz assegurou que todas as suas decisões foram tomadas com cuidado e em “coordenação” com os aliados.

Para o governante, é necessário evitar que alguém, “no pior estilo do imperialismo dos séculos XVIII e XIX”, se dedique a modificar as fronteiras pela força.

Uma potência nuclear como a Rússia não se deve impor com uma política que considere os países vizinhos um “quintal” para intervir com violência, sublinhou ainda.

O político alemão manifestou ainda a convicção de que o Presidente russo, Vladimir Putin, “não acreditava que haveria tanta resistência” ou que o Ocidente “daria tanto apoio”.

Scholz garantiu também que a Europa não levantará as sanções sem a aprovação da Ucrânia.

Moscovo não deve contar que tudo volte ao normal num cenário em que “as coisas permanecem como estão agora”, ou seja, com a conquista parcial de território ucraniano.

“[A Rússia] tem que chegar a um acordo com a Ucrânia”, destacou o chanceler alemão, assegurando que Berlim não aceitará a anexação da Crimeia, que contraria o direito internacional.

Olaf Scholz foi ainda questionado se partilha o objectivo declarado por Washington, que quer enfraquecer Moscovo para que deixe de representar uma ameaça, com o chefe do governo alemão a referir que o objectivo da Alemanha é que “a Ucrânia possa defender a sua soberania e também que a Rússia não alcance o que se propõe a fazer”.

Scholz exclui realizar uma viagem para Kiev num futuro próximo, justificando a opção com a rejeição do governo ucraniano à visita do Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, devido aos seus laços com a Rússia.

“Isso é um obstáculo”, admitiu, lembrando que “não se percebe” que se negue a visita de um presidente que fornece tanta ajuda militar e financeira.

A Rússia lançou em 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

*Texto Lusa

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