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Chivukuvuku suspeita que “negócios e interesses geo-estratégicos” estejam a passar a ilusão de que Angola é um milagre quando existe no país muito sofrimento

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O coordenador do projecto político PRA-JA, Abel Chivukuvuku, defendeu, no último fim-de-semana, a necessidade de o mundo olhar para Angola para além do seu potencial de riqueza e dos interesses geo-estratégicos que têm ditado um novo paradigma no plano das relações político-económicas entre o país e importantes actores internacionais.

“Estamos com receio de que o mundo está a ter uma percepção ilusória de Angola, por causa dos negócios e por causa dos interesses geo-estratégicos. Não. Angola são as pessoas, são os cidadãos, e têm que ter noção de que a maioria da nossa população sofre, e têm que ter este sentimento porque somos todos humanos. É só isso que estamos a pedir”, disse o político, quando falava aos jornalistas, à margem de uma conferência sobre as autarquias.

O líder político, que viu no princípio do ano o Tribunal Constitucional, a chumbar-lhe a legalização do projecto PRA-JA-Servir Angola, afirma não ser contra as trocas comerciais, nem contra os interesses de nações poderosas no território angolano, mas espera que estas “façam os negócios, tenham os interesses geo-estratégicos”, mas que “pensem sempre que Angola também são os angolanos, que têm necessidades de viver bem”.

No entendimento de Chivukuvuku, as grandes transformações no nosso país devem ser feitas pelos próprios angolanos, e não pelas nações estrangeiras. Contudo, para isso, o político não espera que a comunidade internacional finja que não sabe o que se passa em Angola e comece “a criar uma auréola de que em Angola há é um milagre”. “Não existe milagre. Em Angola há sofrimento”, acentuou o político.

Em relação ao futuro da Frente Patriótica Unida (FPU), Abel Chivukuvuku não tem dúvidas de que — à semelhança do que ocorreu em 2022, aquando da realização das últimas eleições — esta plataforma política de coligação, formada igualmente pelo Bloco Democrático e pela UNITA, terá uma palavra importante a dizer.

“Já demonstrámos que a FPU é um facto permanente na vida política nacional e será em 2027. Já demonstrámos que em 2022 fomos fenómeno e ganhámos as eleições e, desta vez, será muito mais. Ouvi o discurso do meu parceiro Adalberto Costa Júnior e ele explicou que é preciso que a vitória seja tão forte que mesmo com manipulação não seja possível travar”, frisou.

Como se consegue isso? Foi a pergunta à qual Chivukuvuku respondeu sem hesitação: “O povo. O cidadão tem consciência do momento que o país vive. O cidadão tem esperança na Frente Patriótica Unida”.

Chivukuvuku novo partido vai chamar-se PRA-JA-Força Angola

Tido como um dos principais e mais importantes actores políticos da praça angolana, Abel Chikuvukuvu recusa-se, entretanto, a resignar-se diante da longa batalha que trava no Tribunal Constitucional, para a legalização do seu projecto político.

Depois de fracassarem todos os esforços para a legalização do PRA-JA-Servir Angola, o político vai dar entrada, nos próximos dias, a um novo expediente para a criação de um novo partido, o PRA-JA Força Angola”, com o objectivo de contornar os obstáculos até encontrados no Tribunal Constitucional (TC) .

Desde 2019, a Abel Chivukuvuku tenta legalizar uma formação partidária, sem sucesso, tendo sido ultrapassado por duas figuras com menos peso no panorama político nacional, como Florbela Malaquias (presidente do Partido Humanista de Angola), com assento parlamentar, e o Partido Nacionalista para Justiça em Angola (P-NJANGO), de Dinho Chingunji, que deve ser extinto, em função do insucesso eleitoral.

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