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Zaire. Jovem percorre 249km com uma faca cravada no olho e sobrevive após cirurgia no Josina Machel

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Um cidadão angolano, de 21 anos de idade, percorreu, com uma faca de 30 a 50 centímetros cravada no olho direito, 249km, do Zaire a Luanda, a fim de ser assistido numa das unidades hospitalares da capital do país. O homem foi submetido a uma cirurgia no Hospital Josina Machel e já está fora de perigo.

O paciente, vítima de agressão, ao que se apurou, deu entrada naquela unidade sanitária por volta das 22 horas do dia 24 do corrente mês, com um trauma ocular penetrante.

Segundo o médico cirurgião responsável pela operação, Agnelo Luemba, que falava esta terça-feira, 26, à imprensa, a intervenção durou cerca de cinco horas e “foi um sucesso”. Neste momento, o paciente encontra-se estável, mas sob vigilância médica para possíveis respostas.

Horas antes de ser acudido, o jovem explicou ao corpo clínico que o acto ocorreu quando tentava acudir o seu irmão, que se encontrava envolvido numa briga com um amigo, mas, sem ter notado, de repente, sentiu-se atingido por uma faca no olho direito.

O médico Agnelo Luemba contou que o paciente chegou a perder muito sangue durante o trajecto do Zaire a Luanda, mas, apesar disso, saiu salvo do bloco operatório.

“A faca entrou no orifício ocular direito e passou pelo seio maxilar, aderindo com bastante profundidade às estruturas ósseas do paciente, por pouco apanhava uma parte do crânio”, frisou.

Durante a cirurgia, esclareceu, foi feito um acesso intra-oral e descolado toda a fossa nasal, seguido de um tamponamento posterior na área nasal.

A intervenção envolveu uma equipa multidisciplinar com anestesistas, um maxilo-facial e uma oftalmologista.

Segundo a médica oftalmologista Rosa Fernandes, na área oftalmológica foi feita uma evisceração por conta da lesão e reposto o olho, apesar da perda de visão.

De acordo com a oftalmologista, o olho esquerdo está a salvo sem alguma lesão, pois teve apenas um acúmulo de sangue e rapidamente foi feita uma lavagem ocular.

Os médicos chamaram a atenção das pessoas pelos actos de crueldade a que se submetem, acrescentando que o Hospital Josina Machel tem recebido muitos casos de ferimento por armas brancas.

Por sua vez, o paciente disse sentir-se bem, sem muitas dores e agradeceu a equipa médica que o socorreu e espera melhorar rapidamente para voltar à sua província.

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