Vendas de seguros disparam 25% no I semestre e atingem os 306 mil milhões kz
Os prémios brutos de seguros emitidos no primeiro semestre de 2023 cresceram 25% para 306.680 milhões kwanzas, face aos 244.487 milhões kz divulgados no primeiro semestre de 2022.
O sector dos transportes, com 241%, e o seguro automóvel 65%, assim como o ramo Vida, que voltou a expandir-se estando a valer 7%, são alguns destes indicadores de crescimento do sector.
Os dados, citados pelo jornal Expansão, constam dos relatórios trimestrais da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), e dão conta do crescimento mais significativo se se tiver em linha de conta que o sector petroquímico — a segunda classe mais importante do mercado — teve um decréscimo de 9,1% nos prémios emitidos.
O aludido crescimento é resultado das medidas ‘agressivas’ no bancassurance (relação entre um banco e uma seguradora) implementadas por várias seguradoras que estão associadas a bancos que operam no mercado e pelo crescimento de alguns segmentos que passaram a ter maior importância nas vendas globais.
Além disso, a desvalorização da moeda nacional levou ao ajustamento em kwanzas do valor dos prémios em algumas classes, embora este fenómeno tenha um impacto maior nas contas do segundo semestre.
De acordo com Cristina Nascimento, administradora executiva da seguradora Nossa Seguros, o crescimento dos prémios é um sinal positivo para a indústria, pois confirma as perspectivas de crescimento do sector e que existe uma estratégia forte no bancassurance, que vai impulsionar o crescimento do sector.
“As seguradoras que estão associadas a bancos adoptaram estratégias mais agressivas e, portanto, estão a fazer crescer significativamente o ramo vida, tudo via bancassurance, e consequentemente tem influência no resultado do mercado. Não é novidade para ninguém o que está a acontecer na Mundial [Seguros] — é o principal contribuinte —, e adoptou uma estratégia via Banco de Poupança e Crédito (BPC) para acoplar o seguro de vida aos créditos salários e outros produtos”, explicou Cristina Nascimento.
Este crescimento é mais significativo porque é feito num cenário de dificuldades económicas no país, em que a produção está estabilizada e as vendas de seguros têm uma ligação quase directa com o estado da economia dos países.
Para o presidente da Comissão Executiva da Fortaleza Seguros, Carlos Firme, o crescimento nos seguros justifica-se porque o sector continua a ter uma margem de progressão muito grande em Angola.
O país é, segundo aquele responsável, um dos países com menor penetração dos seguros na economia, ou seja, quando se compara o valor dos prémios emitidos com o Produto Interno Bruto (PIB) é dos mais baixos de África, o mais baixo da SADC e, por consequência, com uma margem de progressão muito grande.
Por outro lado, o PCE alerta também que é preciso que a economia cresça, porque o sector dos seguros acompanha sempre esta tendência, embora no caso de Angola o sector tenha um crescimento superior pelo facto de a economia ter ainda uma penetração dos seguros muito baixa.