Vacina contra a malária poderá ser introduzida já no próximo ano. Crianças dos zeros aos cinco anos vão receber as primeiras doses
O Ministério da Saúde está a negociar com a GAV — empresa produtora das vacinas da malária — e fornecedores, bem como a mobilizar recursos financeiros para que a aquisição das imunizações seja feita ainda no próximo ano, avançou, no Dubai, a ministra Sílvia Lutucuta.
A ministra, que falava no domingo, num dos painéis da COP28, durante a reflexão sobre o ‘O impacto das alterações climáticas no aumento de doenças tropicais’, anunciou que, numa primeira fase, vão ser beneficiárias apenas as crianças menores de cinco anos.
Sílvia Lutucuta garantiu que tudo está a ser feito para que a vacina conste do Programa Nacional de Vacinação Infantil e seja administrada por doses.
Nesta fase inicial, sublinhou, há escassez na produção de vacinas e, por esta razão, a prioridade vai ser dada aos países que participaram nos estudos multicêntricos que antecedem à produção de qualquer vacina.
Segundo a governante, enquanto a vacina não chega, precisa-se trabalhar para a melhoria do saneamento básico, promoção da luta anti-vectorial, anti-larval, usando os mosquiteiros para evitar que mais pessoas desenvolvam a malária.
“Queremos evitar que mais pessoas morram por malária. Por isso, o governo está a fazer tudo para proteger a população, por meio de vacinas e programas que visam educar e mobilizar as pessoas, a fim de se protegerem e procurarem os hospitais, sempre que tiverem febres ou outro mal-estar”, aconselhou.
A governante informou que, de Janeiro até à presente data, diagnosticou-se em todo o país 12 milhões de casos de malária e, deste número, cerca de seis mil acabaram em óbitos.
Para a titular da pasta da Saúde, os casos de malária tendem a subir devido ao défice no diagnóstico precoce nos anos anteriores. Na visão da ministra, apesar das mortes por malária chegarem às seis mil, ainda assim, considera que a taxa de mortalidade reduziu.
Este, de acordo com Sílvia Lutucuta, “é um sinal de que, além do diagnóstico precoce da doença, os pacientes estão a receber tratamento e, mesmo em casos mais graves, há fármacos adequados”.