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UNITA diz que há crise institucional em Angola provocada pela má abordagem de João Lourenço

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O secretário-geral da UNITA, Álvaro Chikuamanga Daniel, considerou, esta sexta-feira, 3, estar instalada uma crise institucional em Angola, provocada pelo Presidente João Lourenço, na tentativa de sanar a crise moral no Tribunal de Contas, e considera ter havido “uma interferência imprudente ao forçar a demissão” de Exalgina Gambôa.

“O país tem, sim, uma crise institucional sem precedente, pois, na tentativa de sanar a crise moral no Tribunal de Contas, o titular do poder Executivo teve uma interferência imprudente, nos termos constitucionais, ao forçar a demissão da veneranda juíza conselheira presidente do Tribunal de Contas”, afirmou Álvaro Daniel, na conferência de imprensa de lançamento das comemorações do 57.º aniversário da UNITA.

Álvaro Daniel considerou estar instalada uma “crise de ausência de vontade política da parte do regime do Presidente João Lourenço, que se reflecte na recusa da institucionalização das autarquias locais”.

“O nosso país, sob regime do partido que governa há quase 48 anos, vive uma grave crise moral nas lideranças dos tribunais superiores”, pontuou o secretário-geral da UNITA, acrescentando que, “em países realmente democráticos de direito, este acto do Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço seria motivo bastante para a impugnação do seu mandato”.

“O expediente da dita nova divisão político-administrativa é um absurdo e manobra dilatória que visa atirar para o esquecimento as autarquias locais”, assinalou.

Na passada quarta-feira, 1, em entrevista à Rádio France Internacional (RFI), o Presidente João Lourenço negou a existência de uma crise institucional no país, quando questionado sobre a situação nos tribunais de Conta e Supremo, reconhecendo, entretanto, haver problemas apenas num deles (no de Contas) e investigações que decorrem no Supremo.

Para o secretário-geral da UNITA, Angola enfrenta uma crise económica endémica para a qual o actual executivo não consegue encontrar soluções, manifestando-se “surdo às opiniões de outras sensibilidades, como académicos, políticos e empresários”.

As comemorações dos 57 anos de existência da UNITA tiveram início nesta sexta-feira, 3, e vão até ao dia 31 deste mês, estando prevista a realização do V Congresso da JURA, um workshop sobre a trajectória de luta do partido e uma jornada de reflexão sobre o projecto político do Movimento do 13 de Março.

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