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União Europeia: Relação Rússia-África cingem-se a “fornecimento de armamentos”

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A União Europeia (UE) vai apresentar aos países africanos uma campanha de informação, antes da cimeira Rússia-África, através da qual pretende demonstrar que a relação com o Estado russo se resume a pouco mais do que venda de armas e consultoria militar, revelou uma fonte comunitária.

“As relações entre a Rússia e África são relações que se cingem às questões de fornecimento de armamentos, de venda de armamentos, consultoria militar” e praticamente “sem investimento russo naqueles países”, declarou Rita Laranjinha, a responsável pela política externa europeia para África, em declarações esta quarta-feira à Lusa.

É isto que a União Europeia vai explicar na comunicação que prepara para ser divulgada antes da segunda cimeira Rússia-África, agendada para 26 a 29 de Julho, em São Petersburgo, onde estão confirmadas as presenças de 44 países africanos, muitos a nível de chefes de Estado ou de governo, segundo informação avançada pela agência russa TASS.

O objectivo é mostrar “quais foram as promessas feitas na anterior cimeira Rússia-África e o que realmente nós sabemos que foi feito”, revelou a responsável pela política externa europeia para África,

A campanha de informação está a ser ultimada, e para a divulgar a UE conta com as suas 49 delegações em África, além das redes sociais e a comunicação social.

“Se compararmos as promessas e o que foi posto em prática, constatamos muito rapidamente que houve muito, muito pouco investimento”, sublinhou Rita Laranjinha, sustentado esta análise também nos anúncios que foram feitos aquando do périplo que o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, fez a países africanos.

Nessas visitas, feitas há uns meses para tentar evitar o voto dos países africanos nas resoluções das Nações Unidas em apoio à Ucrânia, quando Moscovo anunciava o que tinha sido acordado “eram acordos de supressões de vistos em passaportes diplomáticos e meia dúzia de bolsas de estudo. Portanto, aqueles acordos básicos que os países fazem quando começam a lançar relações diplomáticas entre eles”, referiu.

Os dados que a UE tem e que vai divulgar “ajudam a desmontar a percepção que existe sobre a importância da relação (Rússia-África) que não é aquela que muita gente pensa”, afirmou a responsável europeia.

Se a Rússia e outros actores internacionais, como a China e os Estados Unidos, têm “uma narrativa muito bem delineada”, já o bloco comunitário, principal parceiro económico de África, tanto a nível de comércio como de investimento, “tem dificuldade em comunicar as vantagens da sua relação com África”, reconhece Rita Laranjinha, que vê esta acção também como mais uma medida para combater isso.

LUSA

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