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Tchade. Onze soldados morrem em ataque terrorista

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Onze soldados morreram na manhã desta terça-feira, 22, num ataque de terroristas islâmicos a um posto do exército tchadiano, na província ocidental do Lago Tchade, confirmaram hoje fontes militares à EFE.

“Perdemos onze membros das nossas forças de defesa e segurança, incluindo o comandante do sector de Ngouboua”, disse o coronel Adoum Goudja, chefe das operações militares do Lago Tchade, à EFE, por telefone.

O ataque ocorreu por volta das 4h00 horas locais (4h00 em Luanda) contra o posto do Exército em Bikerom, uma cidade localizada a cerca de 20 quilómetros da ilha de Ngouboua, duramente atingida pelo Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP) e Boko Haram.

Segundo Goudja, o ataque ocorreu enquanto os soldados dormiam e os atacantes conseguiram pegar em alguns materiais e sair antes de os reforços chegarem.

De acordo com o que o investigador do Sahel e da bacia do Lago Tchade do Instituto de Estudos de Segurança (ISS), Remadji Hoinathy, disse à EFE, o Estado Islâmico foi responsável pelo ataque.

“Embora ainda não tenham reivindicado a responsabilidade por este ataque, sabemos que só este grupo pode agir com grande sucesso contra o exército”, acrescentou Hoinathy.

Em Agosto passado, dois soldados tchadianos foram mortos por extremistas em Dabantchali, também na região do Lago Tchade, de acordo com o presidente de transição, o general Mahamat Idriss Déby Itno.

Durante anos, o Lago Tchade, uma área com mais de 25 mil quilómetros quadrados de pântanos, água e dezenas de ilhas partilhadas pela Nigéria, Níger, Camarões e Tchade, tem servido como refúgio ideal para o Boko Haram e o Estado Islâmico.

Desde 2015, tanto Ngouboua como outras ilhas do Lago Tchade têm sido palcos regulares de ataques jihadistas às mãos dos radicais do Boko Haram — uma organização nigeriana que opera há anos em países vizinhos — ou a sua divisão, o Estado Islâmico na província da África Ocidental (ISWAP).

Ambos os grupos procuram impor um Estado de estilo islâmico na Nigéria, um país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.

O Boko Haram e o ISWAP mataram mais de 35 mil pessoas e causaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, a maioria na Nigéria, mas também em países vizinhos como Camarões, Tchade e Níger, segundo dados do governo e da ONU.

LUSA

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