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Sinprof promete recorrer à Organização Internacional do Trabalho para denunciar ameaças a docentes grevistas

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O Sindicato Nacional de Professores (Sinprof) denunciou, nesta quarta-feira, 30, em conferência de imprensa, que vai submeter à Organização Internacional do Trabalho (OIT) — da qual Angola é Estado-membro — provas das ameaças de que estão a ser vítimas os docentes que aderiram à greve.

“Neste momento, vive-se um terror psicológico de Cabinda ao Cunene, do Luau ao Lobito, no seio dos professores. Enviam mensagens, [fazem] telefonemas, avisos, convocatórias, enfim… nós estamos a juntar todas as provas e estamos a denunciar também junto de instituições internacionais, entre as quais a OIT, onde Angola tem assento”, alertou o presidente do Sinprof, Guilherme Silva.

Na conferência de imprensa, que visou o anúncio da suspensão da greve iniciada na passada quarta-feira, 23, Guilherme Silva revelou que os professores estão a ser ameaçados com faltas e que a entidade patronal está a fazer mapas, levantamentos e a chamar pessoas, o que considerou tratar-se de uma forma de pressão psicológica, no sentido de os professores regressem à escola à força.

“É o que estão a fazer no sentido de sermos subjugados, como se fôssemos escravos e os professores já entenderam. Neste momento, a couraça do medo se foi, temos a coragem e, acima de tudo e sobretudo, a Constituição da República e a lei a nosso favor”, frisou.

Guilherme Silva acusou o Ministério da Educação de estar “a violar sistematicamente a lei”, através dos gabinetes provinciais e direcções municipais da educação, “sufocando os professores com documentos, com processos, com SMS”.

“Angola está a violar a Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho, que consagra o livre exercício e liberdade sindical”. E nós temos essas provas todas, estamos a juntar todas elas e no devido momento nos posicionaremos”, indicou.

De acordo com o presidente do Sinprof, durante os cinco dias de greve, não houve qualquer encontro, entretanto, a mando da titular da pasta da Educação, Luísa Maria Grilo, receberam na terça-feira um convite do Ministério da Educação para um encontro de concertação nesta quinta-feira, 1.

O sindicalista apelou ao executivo, através do Ministério da Educação, “a apresentar soluções concretas para os pontos reivindicados, por forma a encontrar-se uma saída”.

“A greve tem um culpado, o culpado é o executivo, porque isso não é de hoje. Compete ao executivo, através do Ministério da Educação, solucionar as questões dos professores, porque o que estamos a defender é a dignidade dos professores, as condições de trabalho. [O que estamos a defender é] haver merenda escolar para as nossas crianças, fundamentalmente do ensino primário, que vão à escola sem comer nada e ficam todo o dia sem sequer beber água”, sublinhou.

Guilherme Silva reafirmou que a segunda fase da greve poderá iniciar-se no 6 de Dezembro, caso até lá não haja respostas positivas da parte da entidade patronal.

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