Centrais sindicais boicotam celebrações do Dia do Trabalhador mas mantêm entreaberta a porta para novas negociações com o governo
As centrais sindicais, promotoras da primeira greve geral em Angola em quase 50 anos de independência, decidiram boicotar as celebrações alusivas ao Dia Internacional do Trabalhador, optando por não realizarem qualquer manifestação por ocasião do 1.° de Maio, como sinal de protesto pelas condições sociais difíceis a que estão sujeitos.
No último dia da segunda fase da greve geral interpolada, cuja primeira fase teve início no dia 22 de Abril, as centrais sindicais assinalaram com satisfação a adesão expressiva dos trabalhadores e agradeceram o sacrifício manifestado por todos os funcionários públicos, que resistiram a todos os actos de intimidações e chantagem emocional por parte de entidades empregadoras.
Para os sindicalistas, cuja “reivindicação em prol da sobrevivência da família de cada um” continua a ser razão bastante para a greve geral, continua entreaberto o canal para um entendimento com o governo, desde que a sua voz reivindicativa seja ouvida.
“As centrais sindicais manifestam, por fim, a sua total abertura para negociar com o governo e encontrar consensos face às preocupações contidas no Caderno Reivindicativo”, referem no último comunicado da segunda fase da greve geral interpolada.
No mesmo comunicado, as centrais sindicais reiteraram os agradecimentos pelo apoio prestado pela Ordem dos Advogados de Angola (OAA) e por todos os sindicatos de todos os países que se juntaram à causa dos trabalhadores angolanos, assim como pela solidariedade manifestada pela sociedade civil e pelos partidos políticos angolanos.