Sindicatos voltam a não aceitar a “narrativa do governo” e mantêm exigência dos 25% do reajustamento salarial na folha de Janeiro
As Centrais Sindicais decidiram, nesta sexta-feira, 10, manter a exigência do pagamento dos 25% do reajustamento salarial na folha de Janeiro, tal como ficou acordado em Abril de 2024, assim como não tomar como plausíveis as explicações dadas pelo governo sobre os procedimentos a observar junto da Assembleia Nacional antes da actualização dos salários.
Numa mensagem de áudio, partilhada através da rede social WhatsApp com os seus parceiros, o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores Angolanos (Sinprof), Admar Jinguma, explicou que, na reunião desta sexta-feira, foram aprovadas duas resoluções e uma das quais foi “a decisão de continuar a exigir o processamento dos 25% na folha salarial de Janeiro”.
Para as Centrais Sindicais, as explicações apresentadas pelo o secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social, Pedro José Filipe, no sábado passado, a qual chamam de “narrativa”, continua a não convencê-los, na medida em que entendem que o governo “teve muito tempo para fazer o trabalho de casa”.
“Em caso de o governo manter a sua posição de não pagamento dos 25% na folha de Janeiro, vai-se mobilizar os trabalhadores para participar das assembleias que vão ser realizadas no dia 8 de Fevereiro em todas as províncias, para os próprios decidirem que rumo a tomar”, reforçou Admar Jinguma, quando informava os seus parceiros sobre o desfecho da reunião entre as Centrais Sindicais.
No sábado passado, 4, em conferência de imprensa, Pedro José Filipe, anunciou que a actualização salarial na função pública deve ocorrer “ao longo do primeiro trimestre”, por falta da aprovação do pacote pela Assembleia Nacional, devido à “precedência lógica de passos que condicionam, imediatamente, a sua implementação”, contrariando o acordo firmado em Abril de 2024.
Em reacção, os sindicalistas consideraram que “o governo está de má-fé, na medida em que toda esta parte devia ter sido acautelada enquanto se aguarda pela aprovação do Orçamento Geral de Estado (OGE)”.
Na segunda-feira, o governo, através do MAPTSS, convocou as Centrais Sindicais para dar-lhes conta do ponto de situação, mas a conversa não produziu qualquer efeito
“As argumentações apresentadas não diferem daquilo que já tinha sido apresentado em conferência de imprensa pelo secretário de Estado do Trabalho sobre a problemática procedimental, a lei, autorização, etc… É esta a narrativa que o governo apresentou”, disse a este portal uma fonte do Sinprof, na ocasião.
No acordo firmado em Maio do ano passado com os Sindicatos dos Professores, Médicos, Jornalistas, Oficiais de Justiça e Trabalhadores do Sector Eléctrico (SINMEA, SJA, SOJA e STEE), o governo comprometeu-se a fazer um reajustamento salarial em 25% na função pública, a partir do mês de Janeiro de 2025.