Isto É Notícia

Senegal. Comissão dos Direitos Humanos da União Africana critica uso de “força excessiva” contra manifestantes

Partilhar conteúdo
A Comissão dos Direitos Humanos da União Africana (CADHP) condenou hoje o “uso excessivo da força” contra os manifestantes que protestam contra o adiamento das eleições no Senegal, criticando também a detenção de opositores políticos.
“A Comissão está preocupada com as detenções de opositores políticos e o uso excessivo da força e de gás lacrimogéneo por parte das forças da ordem para reprimir as manifestações”, disse a instituição num comunicado citado pela agência espanhola de notícias, a EFE.
Os membros deste órgão da União Africana com sede em Banjul, na Gâmbia, dizem também que “condenam as graves restrições impostas contra o direito de reunião e manifestação pacífica por parte das forças da ordem”, criticando igualmente a detenção de “cerca de dez” ativistas na República Democrática do Congo quando protestavam no sábado passado.

O Senegal adiou as eleições presidenciais previstas para este mês, desencadeando vários protestos e críticas internacionais, com base em dois argumentos.

O primeiro diz respeito à acusação de alegada corrupção de membros do Conselho Constitucional (CS)  — o organismo garante da legalidade do processo —, feita pelo Partido Democrático Senegalês (PDS), cujo candidato, Karim Wade — filho e antigo ministro do ex-Presidente Abdoulaye Wade —, foi excluído da corrida presidencial por ter dupla nacionalidade, senegalesa e francesa, não obstante ter renunciado formal e comprovadamente à segunda, dias antes do anúncio da lista final de candidatos às eleições.

O segundo argumento foi precisamente o facto de o CS ter validado a candidatura de Rose Wardani, líder do movimento Senegal Novo, acusada nas redes sociais no dia 01 de possuir nacionalidade e número de eleitor franceses, provas alegadamente constantes numa lista do Consulado de França em Dacar.

O adiamento das eleições até 15 de dezembro e o prolongamento do mandato de Sall por mais um ano — proposta de lei apresentada pelo PDS e apoida pela BBY – foram aprovados esta segunda-feira pela Assembleia Nacional senegalesa, pela quase totalidade dos deputados presentes, 105 em 106, depois dos deputados da oposição terem sido retirados à força do hemiciclo pela polícia paramilitar senegalesa.

LUSA

Artigos Relacionados