Senegal. Comissão dos Direitos Humanos da União Africana critica uso de “força excessiva” contra manifestantes
O Senegal adiou as eleições presidenciais previstas para este mês, desencadeando vários protestos e críticas internacionais, com base em dois argumentos.
O primeiro diz respeito à acusação de alegada corrupção de membros do Conselho Constitucional (CS) — o organismo garante da legalidade do processo —, feita pelo Partido Democrático Senegalês (PDS), cujo candidato, Karim Wade — filho e antigo ministro do ex-Presidente Abdoulaye Wade —, foi excluído da corrida presidencial por ter dupla nacionalidade, senegalesa e francesa, não obstante ter renunciado formal e comprovadamente à segunda, dias antes do anúncio da lista final de candidatos às eleições.
O segundo argumento foi precisamente o facto de o CS ter validado a candidatura de Rose Wardani, líder do movimento Senegal Novo, acusada nas redes sociais no dia 01 de possuir nacionalidade e número de eleitor franceses, provas alegadamente constantes numa lista do Consulado de França em Dacar.
O adiamento das eleições até 15 de dezembro e o prolongamento do mandato de Sall por mais um ano — proposta de lei apresentada pelo PDS e apoida pela BBY – foram aprovados esta segunda-feira pela Assembleia Nacional senegalesa, pela quase totalidade dos deputados presentes, 105 em 106, depois dos deputados da oposição terem sido retirados à força do hemiciclo pela polícia paramilitar senegalesa.