Samakuva agastado com o “uso desenfreado” de órgãos do Estado com a finalidade partidária
Em sede do arranque do XIII Congresso Ordinário da UNITA, a decorrer no Complexo Sovsmo, em Viana, o presidente do maior partido na oposição, Isaías Samakuva, atirou-se contra o partido que detém o controlo do poder político há 46 anos, por “uso desenfreado” dos órgãos e recursos do Estado com a finalidade de salvaguardar a sua estratégia partidária.
Samakuva acredita que o facto de Angola ser constitucionalmente consagrada como um Estado democrático de direito, não constitui razão obstante para colocar um freio à conduta que classificou de “desleal”, pois segundo disse, “o próprio Estado, enquanto refém e prisioneiro, é utilizado na execução das mais diversas manobras, todas elas, inspiradas nas tácticas e na cultura hegemónicas que ainda dominam o modo de fazer política”.
À margem do seu discurso, no acto que assinalou o primeiro dia do XIII Congresso Ordinário, que vai eleger o seu substituto, o político apelou à unidade e à coesão interna no partido, aconselhando a UNITA, no plano político, a “identificar bem o adversário” para que não se abram fissuras nas próprias linhas do partido.
Para o ainda presidente do Galo Negro, o XIII Congresso Ordinário só terá utilidade caso o mesmo sirva para aprovar e consolidar estratégias que permitam aos ‘maninhos’ sair das “águas turvas e lodosas, das suspeições e acusações gratuitas em que se encontram submergidos”.
Isaías Samakuva avisou que “não terá sucesso” quem procurar atentar contra os pilares da unidade e identidade na UNITA.
O XIII Congresso Ordinário da UNITA, que vai eleger Adalberto da Costa Júnior ao cargo de presidente arrancou nesta quinta-feira, 2, e conta com a participação de 1.150 delegados.