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Rumba Congolesa entra na corrida para Património Mundial Imaterial da Humanidade

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A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) vai analisar um processo apresentado pelo Congo Brazzaville e a República Democrática do Congo sobre a inscrição da música popular africana Rumba a Património Mundial Imaterial da Humanidade. O evento terá lugar em Colombo, Sri Lanka, entre os dias 13 e 18 de Dezembro do corrente ano.

Em conferência de imprensa realizada no passado dia 5 de Outubro do corrente, os membros da Comissão Científica Congolesa destacaram que, à semelhança da Jamaica para o Reggae ou Cuba para a salsa, desejam fazer dos dois congos um destino da Rumba, razão pela qual foi elaborado um sólido dossier que foi apresentado à Unesco. Durante a conferência, foi também apresentado uma exposição sobre a música Rumba.

“Achamos que a Rumba, com esse dossier concreto que apresentámos à Unesco, não vai perder ponto”, afirmou o ex-académico e membro da Comissão Científica Congolesa, Charles Bouetoum, à Rádio Francesa Internacional (RFI), acrescentando que “a Rumba deve deixar de ser apenas um património nacional”.

Esta candidatura à Unesco, de acordo com os argumentos da Comissão Científica Congolesa, para além de ter uma dimensão simbólica, “reflecte a consciência de uma riqueza cultural a ser valorizada, defendida e protegida, qualificada como um elemento representativo da identidade do povo congolês”.

“De qualquer forma, ela se tornará uma herança da humanidade, porque muitas pessoas, muitos países, inclusive o Japão, se reconheceram nessa música. Eles adoram e praticam”, ressaltou Charles Bouetoum.

Segundo o presidente do Comité Científico e professor, Joachim Emmanuel Goma Théthet, a rumba baseia-se em várias fontes que lhe conferem uma originalidade.

Mais do que um género musical, a Rumba Congolesa é parte integrante do património da República Democrática do Congo e do Congo Brazzaville. A sua lenda foi forjada em torno de grandes nomes, como os dos pioneiros do grupo African Jazz, nos anos 1960, as lendas Papa Manuel D’Oliveira, Simaro Lutumba, Tabu Ley Rochereau, Madilu System, Pepe Kalle, Papa Wemba e Koffi Olomidé, e hoje, artistas da nova geração como Fally Ipupa e Ferre Gola. A Rumba Congolesa faz vibrar corpos e corações há décadas.

O Património Cultural Imaterial da Humanidade ou Património Cultural Imaterial da Humanidade, também chamado Património Cultural Intangível da Humanidade e antes designado Património Oral e Imaterial da Humanidade, é uma distinção criada em 1997 pela Unesco para a protecção e o reconhecimento do património cultural imaterial, abrangendo as expressões culturais e as tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade, para as gerações futuras. São exemplos de património imaterial: os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e outras tradições.

Irinea Lukombo

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