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Professores levantam a greve, mas exigem anulação das provas realizadas durante a paralisação das aulas

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O Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof) exigem a anulação de todas as provas realizadas durante o período de vigência da greve, e, consequentemente, a remarcação das mesmas a partir da próxima semana. O Ministério da Educação (MED) já reagiu às exigências e nega-se a fazê-lo, por considerar que o Sinprof não é a única entidade sindical à qual estão filiados os professores.

Em conferência de imprensa, realizada esta sexta-feira, 16, na Mediateca 28 de Agosto, em Luanda, o presidente do órgão sindical, Guilherme Silva, avançou que as actividades laborais serão retomadas, de forma geral, em todas as escolas das 18 províncias do país, mas não descartou a possibilidade de iniciar uma terceira vaga da greve, “caso as exigências contidas no caderno reivindicativo não sejam atendidas pelo ministério de tutela”.

A segunda fase da greve dos professores do ensino geral, em todo o país, que teve início a 6 do corrente mês, terminou esta sexta-feira, 16, como previa o calendário da assembleia-geral do Sinprof.

No que refere à actuação de algumas escolas, que colocaram funcionários de limpeza e seguranças a fiscalizarem a realização das provas, durante a fase da greve, o Sinprof adianta que estas não serão corrigidas nem consideradas, e recomenda ao executivo, através do ministério de tutela, a anular as provas e remarcar um calendário para a realização das mesmas.

“Estas ‘brincadeiras’ de provas realizadas durante a greve devem ser anuladas. Nenhum professor, de Cabinda ao Cunene, vai corrigir nem considerar estas provas. Se o executivo não remarcar outras provas, os próprios seguranças, tias de limpeza, agentes da polícia e os directores das escolas é que vão ter que corrigir estas provas e fazer a pauta. Aliás, eles é que terão de realizar o conselho de nota e terminar o trimestre. Não estamos para aturar ‘brincadeiras’”, advertiu a vice-presidente do Sinprof, Hermínia do Nascimento.

A partir da próxima segunda-feira, 19, todos os professores voltam às suas actividades laborais. Apesar da retoma das aulas, em todas as escolas públicas do ensino não universitário do país, o Sinprof alerta que “ainda não foram atendidas as exigências”.

“Nós, os professores, independentemente das ameaças, represálias e intimidações do Ministério da Educação, da Federação do Sindicato dos Professores, da Polícia Nacional e do Serviço de Investigação Criminal (SIC), estamos preparados para defender os nossos direitos, que é o direito de lutarmos pela nossa valorização”, assegurou o responsável, rematando: “a nossa dignidade não está à venda!”.

O sindicalista adianta que desta vez a paralisação poderá levar cerca de duas semanas ou mais, dependendo da disposição do executivo em atender às exigências dos professores.

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