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Preços altos forçam BNA a mexer nos juros. Taxa básica sobe para 19% e a de facilidades de liquidez para 18,5%

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O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu aumentar as suas principais taxas de juro, decisão justificada pela “persistência de pressões inflacionistas na economia”, visando contribuir para o controlo da liquidez em circulação.

As medidas foram anunciadas recentemente pelo governador do organismo, Manuel Tiago Dias, em conferência de imprensa, após reunião do Comité de Política Monetária, na província do Bengo.

Assim, a taxa directora (conhecida como taxa BNA) vai subir de 18% para 19%, a taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez de 18,5% para 19,5% e a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez de 17,5% para 18,5%.

Os dados divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), notam que, em Fevereiro, a taxa de inflação homóloga situou-se em 24,07%, muito acima da taxa de juros de 19% definida pelo BNA. Entretanto, para final deste ano, o banco central espera uma taxa de inflação de 19%, ao passo que o governo se apresenta mais optimista aguardando uma taxa de 15,3%.

Tiago Dias destacou que a inflação mensal foi de 2,58% em Dezembro, devido essencialmente à subida da classe ‘Alimentação e bebida não alcoólicas’, correspondente a cerca de 70% da inflação observada no período.

Segundo o responsável do BNA, o comportamento dos preços dos alimentos resulta essencialmente da redução da oferta dos produtos de amplo consumo, tendo em conta a redução das importações (-18,6% em Fevereiro) e a insuficiência da produção interna.

“As nossas expectativas é que rapidamente se corrija o desequilibro entre oferta e procura”, disse, sublinhando que a produção interna de bens está muito abaixo da taxa de crescimento da população e não tem sido compensada pelas importações, que também registam uma queda muito acentuada, acima dos 30%.

“Precisamos de encontrar mecanismos para que se corrijam estes desequilíbrios”, reforçou.

Com base nas informações actuais, o governador do BNA estimou que, a partir do segundo semestre, as taxas de inflação mensais se situem abaixo das registadas no ano passado e se verifique uma tendência de desaceleração homóloga que conduza às previsões de 19% de inflação no final do ano.

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