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Polícia Nacional abre no Uíge ‘temporada 2023 de matanças de civis indefesos’

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Pouco mais de 72 horas depois de o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, ter sido indicado como a ‘Figura do Ano’ (pelas piores razões) do !STO É NOTÍCIA — muito por conta das dezenas de vidas de civis indefesos que se têm perdido às mãos de efectivos das forças de defesa e segurança sob seu comando — a Polícia Nacional (PN) voltou a fazer, nesta segunda-feira, 2, mais uma vítima. No caso, a primeira de um universo de vítimas da brutalidade policial por contabilizar até Dezembro deste ano.

Contrariamente a 2022, quando se deu o primeiro episódio, a 1 de Janeiro, em Luanda, desta vez, a primeira ‘safra de mortes’, envolvendo efectivos da PN, começou na província do Uíge, onde uma jovem de 17 anos foi morta com disparos feitos à queima-roupa, na sequência de uma intervenção policial mal-sucedida.

A ocorrência deu-se por volta das 03h40, no bairro Kituma, nos arredores da Centralidade do Kilumosso, quando  efectivos da PN intervieram para acabarem com um ambiente de festa.

Segundo declarações da própria PN no Uíge, o grupo de efectivos da PN entrou em ‘conflito’ com alguns participantes do referido evento, disparando alguns tiros que acabaram por atingir mortalmente a jovem de 17 anos cuja identidade não foi revelada.

A 28 de Dezembro, durante a cerimónia de cumprimentos do final de ano, o ministro Eugénio Laborinho chegou a avisar aos efectivos sob o seu comando que “a direcção do Ministério do Interior vai continuar a ser implacável contra os agentes que adoptarem comportamentos indecorosos, punindo-os disciplinar e criminalmente”.

“O balanço de 2022 comporta situações positivas e negativas, bons e maus momentos. Destacam-se, pela negativa, a ocorrência de crimes que envolveram efectivos nossos, muitos dos quais terminaram, lamentavelmente, em morte de agentes ou de cidadãos indefesos”, admitiu, na ocasião, o ministro do Interior.

As declarações de Eugénio Laborinho foram feitas uma semana depois de a cidadã Raquel Kalupe ter sido mortalmente atingida na cabeça por um efectivo da PN, no bairro do Cassequel/Teixeira, em Luanda, gerando a ocorrência uma onda de indignação sem precedentes naquela zona da capital. Como consequência, populares vandalizaram uma esquadra móvel de polícia.

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