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PN acaba com o grupo de vigilância comunitária ‘Turma do Apito’ por suspeitas de sequestros, tortura e usurpação de funções

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A Polícia Nacional (PN), através da sua Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), desactivou, neste fim-de-semana, no distrito urbano do Sambizanga, o popular grupo de vigilância comunitária ‘Turma do Apito’, por entender que este se dedicava à prática de diversos crimes, com realce para os de sequestro, tortura e agressão física.

Segundo a polícia, após ter realizado, no fim-de-semana, uma micro-operação no referido distrito, em Luanda, foram também encerrados seis supostos ‘quarteis’ pertencentes ao grupo, que, conforme a DIIP, eram utilizados para a concretização de crimes.

Conta a DIIP que, a ‘Turma do Apito’ realizava serviço de patrulhamento como se de órgãos policiais se tratasse e maltratava cidadãos indefesos.

Ao Novo Jornal, o porta-voz da Direcção de Investigação de Ilícitos Penais, intendente Quintino Ferreira, que confirmou o corte da ‘Turma do Apito’, disse que 24 elementos encontrados nos tais ‘quarteis’ onde realizavam as suas acções, foram levados sob custódia pelas autoridades e cadastrados.

Dos 24 elementos, cinco são efectivos das forças de defesa e segurança que pertenciam ao grupo da suposta brigada de vigilância comunitária.

“Todos eles foram devidamente cadastrados por especialistas do Serviço de Informações Policiais (SINFOP) e pelo DIIP”, avançou Quintino Ferreira, assegurando que estes indivíduos foram colocados em liberdade, sob argumento de que não foram encontrados a cometer crimes.

Para a PN, a ‘Turma do Apito’ desviava-se daquilo que era o seu objectivo na comunidade e contrariava a Lei Orgânica sobre a Organização e Funcionamento da Comissão de Moradores.

De acordo com o responsável, os elementos da ‘Turma do Apito’ foram agora advertidos para a cessação imediata da actividade e a sua dissolução, sob pena de serem responsabilizados criminalmente por desobediência às autoridades policiais.

Conta a PN que a ‘Turma do Apito’ é suspeita de agredir cidadãos, de sequestros e de tratamento desumano e degradante, bem como de cobrança indevida de valores monetários e usurpação de funções exclusivas das autoridades.

Recorde-se que, em 2021, o então comandante geral da Polícia Nacional, comissário chefe Paulo de Almeida, considerou ‘ilegal’ a existência da ‘brigada de vigilância’ denominada ‘Turma do Apito’.

A ‘Turma do Apito’ é uma associação com quatro anos de existência, composta por dezenas de jovens, moradores no distrito urbano do Sambizanga, que durante o dia e no calar da noite fazem rondas nos bairros, no intuito de conter a criminalidade.

Entretanto, as opiniões dos cidadãos do Sambizanga quanto à existência ou não da referida associação são divergentes, sendo uns apologistas da sua continuidade, por acharem ser defensor da comunidade, e outros não, e pedem a sua extinção, por julgarem ser um aglomerado de criminosos e não de vigilantes.

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