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Isabel dos Santos, billionaire and former chairman of Sonangol Holding-Sociedade Nacional de Combustiveis de Angola EP, attends the inauguration of Efacec Power Solutions SA’s new electric mobility industrial unit in Maia, Portugal, on Monday, Feb. 5, 2018. The industrial unit will allow to increase the annual production capacity of high power fast loaders for electric vehicles. Photographer: Daniel Rodgrigues/Bloomberg

PGR desmente ida ao Dubai para prender Isabel dos Santos e justifica viagem aos Emirados com tratados internacionais de natureza penal

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) reagiu, esta quarta-feira, 28, à notícia avançada pelo jornal português Negócios, que dava conta da ida de Hélder Pitta Gróz ao Dubai, com o propósito de prender a empresária Isabel dos Santos, ali residente.

Em declarações à rádio Luanda Antena Comercial (LAC), o porta-voz da PGR, Álvaro João, disse não corresponder à verdade que Pitta Gróz tivesse se deslocado aos Emirados Árabes Unidos com o objectivo ‘específico’ de tentar prender a antiga presidente do Conselho de Administração da Sonangol, pelo facto de o procurador-geral da República não ter qualquer tipo de jurisdição naquele Estado.

“A informação posta a circular não corresponde à realidade dos factos ocorridos. O que se passa é que o procurador-geral da República se tem desdobrado em várias missões, no âmbito dos tratados internacionais existentes, no sentido de, na qualidade de autoridade central sobre tratado internacional de matéria penal, [ser] a entidade que tem a responsabilidade de velar pelos [mesmos], neste âmbito, com os outros Estados”, contestou o responsável.

Entretanto, nas entrelinhas, Álvaro João terá deixado escapar o propósito da viagem de Pitta Gróz ao Dubai, que estaria, ainda assim, ligado a processos relacionados com bens patrimoniais associados ao erário nacional.

“Há várias deslocações que [o PGR] faz, acima de tudo, naqueles [Estados] onde existem alguma conexão com os processos que estão a ser instaurados, quando normalmente se localiza bens naquele determinado país, e o procurador-geral da República tem-se desdobrado nestas viagens”, afirmou à LAC Álvaro João.

Agora, ressaltou, “dizer que foi propositadamente para prender Isabel dos Santos no Dubai, é despropositado, porque nem faz sentido”. “Então, num local onde o procurador-geral não tem jurisdição ele próprio vai para fazer uma detenção?! Isto nem tem consistência”, assinalou.

Sobre a possibilidade de detenção de Isabel dos Santos, o porta-voz da PGR atribuiu esta ‘missão’ à Interpol, na sequência da solicitação já feita por Angola.

“Se está emitido um mandado de detenção internacional, a Interpol certamente encarregar-se-á de tratar desta questão e não propriamente o procurador-geral deslocar porque vai deter esta pessoa ou não. Isto nem faz sentido sequer”, reforçou.

Na terça-feira, 27, o jornal português Negócios avançou, citando fontes exclusivas, que Hélder Pitta Gróz teria estado recentemente no Dubai, a mando do Presidente João Lourenço — que teria inclusive colocado à sua disposição uma aeronave — para tentar prender a empresária e ex-presidente do Conselho de Administração da Sonangol Isabel dos Santos.

De acordo com a publicação portuguesa, acompanhado por outros dois procuradores, cujos nomes não foram revelados, o PGR teria alimentado a convicção de que as autoridades dos Emirados Árabes Unidos iriam colaborar com a justiça angolana, o que acabou por não ocorrer, já que teria sido “travado nas suas intenções pelas forças policiais daquele país”.

Ainda segundo a publicação lusa, a ordem para Hélder Pitta Gróz deslocar-se aos Emirados Árabes Unidos, com a tarefa de prender Isabel dos Santos e a trazê-la para Angola, teria partido do próprio Presidente da República e instigada pelo general José Tavares, apresentado como conselheiro de João Lourenço.

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