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Palasa Dance Company lança segunda temporada do espetáculo ‘Se Esses Pés Falassem’

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A companhia de dança contemporânea Palasa Dance Company estreia, no dia 31 deste mês, a segunda temporada do espetáculo ‘Se Esses Pés Falassem’, cuja exibição em cartaz se vai estender até ao mês de Agosto deste ano.

O espetáculo, que visa retratar uma das mais longas e mortíferas guerras ocorridas no continente africano, “vai recordar a história dos pés que caminharam e viveram na pele a guerra civil angolana, traçando caminhos que juntos fazem a história de Angola”. Uma forma, segundo a companhia, de também “homenagear e dignificar os caminhos de cada uma das vidas nela envolvidas”.

O espectáculo ‘Se Esses Pés Falassem’ estreou em Abril, aquando da comemoração do Dia Mundial da Dança, na Casa das Artes. Para esta nova temporada, as exibições terão mais de um palco: o auditório Nzinga Mbandi, a Fábrica de Sabão, a Casa das Artes e no Auditório CEARTE, respectivamente, em quatro fins-de-semana.

Dirigido e coreografado por Miguel Carlos, o espectáculo vai reunir um novo elenco de bailarinos composto por Malik Fofana, Suzana Francisco, Sita Dinis, Jeremy Kandah, Celder Reis, Patião Teixeira e Sandro Carvalho.

Além da exibição proporiamente do espectáculo de dança, farão também parte desta actividade sessões de conversas (perguntas e respostas) e campanha de sensibilização sobre as artes e as suas potencialidades.

A gestora cultural da Palasa Dance Company, Aneth Silva avançou ao jornal !STO É NOTÍCIA que se pretende levar o espectáculo a outras províncias e alcançar um novo público nas próximas temporadas previstas para o final deste ano.

“Já está em processo criativo o próximo espectáculo. Queremos levar a Palasa Dance Company a viajar pelo país numa digressão e essa seria a terceira temporada do espectáculo”, adiantou.

Aneth Silva explica que a companhia existe para promoção da dança contemporânea, numa altura em que é pouco explorada, o que, segundo disse, tem resultando num contexto artístico débil em termos de políticas culturais, originando que a dança seja resumida em estilos mais populares como as danças urbanas, como semba, dança de salão, entre outras.

“Acho que somos poucos fazedores de dança contemporânea em Angola. Em parte, é por isso também que a Palasa Dance Company existe”, refere Aneth Silva, para quem “nem todos ainda têm o conhecimento real do é a dança contemporânea e quais as suas metodologias ou como isso pode beneficiar até outros estilos de danças”.

“Nós ainda estamos muito acostumados com os estilos mais populares que nós também fazemos e somos adeptos, mas eu acho que falta algum entendimento”, afirmou a também bailarina.

A Palasa, do kimbundu esperança, é uma companhia de dança angolana em ascensão, fundada em 2018 por Miguel Carlos, que tem o intuito de acolher jovens talentos angolanos, que buscam uma carreira na dança, dando-lhes a oportunidade de aprender, crescer e desenvolver as suas capacidades artísticas.

Irinea Lukombo

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