Nome de Isabel dos Santos continua ausente da lista da Interpol 72 horas depois da notícia sobre o mandado
Setenta e duas horas depois de se ter tornado público a notícia da existência de um alegado mandado em nome de Isabel dos Santos, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) continua a não fazer reflectir o nome da empresária angolana no seu site, mais concretamente na secção Wanted Persons (Pessoas Procuradas).
O único angolano com o sobrenome de ‘Dos Santos’ que consta da referida lista até então é o de João de Deu Oliveira Gomes dos Santos, um cidadão com dupla nacionalidade (angolana e portuguesa), procurado pela Interpol pelo crime de assassinato.
De acordo com uma notícia avançada pela Lusa na sexta-feira, 18, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou, no dia 3 de Novembro, a emissão de um mandado para a localização e captura, com vista à extradição, de Isabel dos Santos.
Sobre a empresária, que foi presidente do Conselho de Administração da Sonangol entre Junho de 2016 e Novembro de 2017, pesam várias acusações, entre as quais a de suspeita da prática dos “crimes de peculato, fraude qualificada, participação ilegal em negócios, associação criminosa, tráfico de influência e lavagem de dinheiro”.
No documento a que a Lusa teve acesso, a PGR angolana solicita que “este pedido deve ser tratado como um pedido formal de prisão provisória, em conformidade com as leis nacionais e/ou os tratados bilaterais e multilaterais aplicáveis”.
As autoridades judiciais angolanas afirmam ainda que, entre 2015 e 2017, Isabel dos Santos criou mecanismos “com intenção de obter ganhos financeiros ilícitos e branquear operações criminosas suspeitas”, através de “informação sobre dinheiros públicos do Estado angolano” que conseguiu na qualidade de administradora da petrolífera estatal Sonangol.
No sábado, os advogados da empresária angolana emitiram uma nota de esclarecimento na qual afirmavam que o nome de Isabel dos Santos não constava da base de dados da Interpol e que as autoridades angolanas sabiam a morada da sua constituinte, e que esta “se disponibilizou formalmente para prestar declarações e nunca foi constituída arguida” pela justiça angolana.
Em relação às acusações ligadas à Sonangol, a equipa de defesa da empresária afirmou que as mesmas “não foram confirmadas judicialmente”.