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“Não posso assanhadamente convocar as eleições [autárquicas]”, afirma JLo à RFI

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O Presidente da República, João Lourenço, voltou a recusar-se a avançar uma data específica para convocação das eleições autárquicas no país, argumentando que não pode fazê-lo “assanhadamente”, sem que as condições legais estejam todas elas reunidas.

“Quando houver condições”, respondeu o chefe do executivo angolano, quando questionado pela enviada especial da Radio France Internationale (RFI) se já se tinha uma ideia de quando se vai realizar as eleições autárquicas em Angola.

“Como sabe, o pacote legislativo autárquico não está terminado. Enquanto isso, não posso assanhadamente —  se me permite a expressão — convocar eleições”, atirou João Lourenço, que falava, à margem da 8.ª edição do Fórum Internacional de Dakar, que decorre no Senegal.

O assunto eleições autárquicas voltou à mesa do debate nacional desde que João Lourenço proferiu o discurso sobre o estado da nação, não tendo, na ocasião, se comprometido com uma data exacta, tal como havia feito em 2018, quando prometeu a institucionalização do poder local em 2020.

A da 8.ª edição do Fórum Internacional de Dakar, cujo tema principal é a paz e a segurança do continente, contou com a África lusófona como convidada de honra. Questionado a esse respeito, o Presidente João Lourenço atribuiu o mérito do convite ao facto de ter sido considerado “campeão da paz e da segurança no continente” africano.

“Uma vez que a matéria principal deste fórum de Dakar é paz e segurança, acho que faz todo o sentido que o campeão da paz e segurança do continente fosse o convidado especial desta edição”

“Nós pensamos que terá sido pelo facto da cimeira de Malabo [Guiné-Equatorial], que teve lugar em Maio, me ter colocado na posição de campeão da paz e segurança do continente. Uma vez que a matéria principal deste fórum de Dakar é paz e segurança, acho que faz todo o sentido que o campeão da paz e segurança do continente fosse o convidado especial desta edição”, justificou o chefe de Estado angolano.

Sobre se há ou não uma solução à vista sobre o conflito que opõe o Rwanda e à República Democrática do Congo (RDC), já  que Angola actua como mediadora, João Lourenço admitiu ter razões de sobra para estar optimista.

“Nós estamos satisfeitos e acreditamos que o mais rápido possível vamos chegar a um desfecho do conflito”

Em causa, de acordo com o Presidente angolano, estão “alguns passos positivos dados, no sentido da resolução do conflito”. Estes passos, acrescentou João Lourenço, têm que ver com o facto de ter havido, através da mediação de Angola, troca de prisioneiros entre os dois Estados beligerantes.

Acrescido a esse facto, o chefe do executivo angolano apontou também a reunião da comissão bilateral entre os dois países, decorrida em Luanda, como um ponto de viragem da situação, na medida em que os dois chefes de Estado voltaram a falar, pelo menos telefonicamente.

“Eles têm falado com alguma regularidade e não só por telefone. Ainda agora, em Nova Iorque, à margem da Assembleia das Nações Unidas, falaram na presença do Presidente francês, Emmanuel Macron. Nós estamos satisfeitos e acreditamos que o mais rápido possível vamos chegar a um desfecho do conflito”, asseverou esperançoso o chefe de Estado angolano.

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