MPLA rejeitou proposta da UNITA para discutir no Parlamento as causas da greve geral e as suas consequências políticas, económicas, sociais e psicológicas
O Grupo Parlamentar do MPLA rejeitou, a 15 de Março do corrente, uma proposta da UNITA que pretendia discutir — antes da sessão da 4.ª Reunião Plenária Ordinária da Segunda Sessão Legislativa da V Legislatura da Assembleia Nacional, a realizar a 21 e 22 deste mês — as causas da greve, suas consequências e a apresentação de propostas de soluções.
A proposta, de acordo com uma nota de imprensa do Grupo Parlamentar da UNITA (GPU), foi rejeitada pelo representante do MPLA no encontro de apreciação da agenda de trabalho da próxima reunião plenária, que considerou o timing o menos aconselhável.
“Lamentavelmente, a proposta do Grupo Parlamentar da UNITA para a discussão das causas da greve, suas consequências e apresentação de propostas de soluções foi rejeitada pelo representante do Grupo Parlamentar do MPLA, alegando não ser o momento ideal para se debater o assunto quando estamos a menos de cinco dias do início da greve”, revela a nota de imprensa.
No mesmo documento, o GPU denuncia e condena aquilo que chamou de “postura recorrente do Grupo Parlamentar do MPLA”, que, na sua opinião, tem evitado “o debate sobre questões de interesse nacional”, demonstrando “insensibilidade do regime face aos graves problemas que afectam a maioria dos cidadãos, e se têm agravado nos últimos seis anos de governação”.
Os parlamentares da UNITA consideram que a greve anunciada pelas centrais sindicais para os dia 20, 21 e 22 de Março de 2024 “é um assunto de interesse político relevante e urgente”, daí que entendem que o mesmo “devia sensibilizar todos os representantes dos angolanos”.
Uma outra proposta, esta de voto de saudação à concertação social entre o executivo e as centrais sindicais, foi também apresentada no referido encontro, na pretensão de vir a ser submetida à discussão e votação pelo Plenário da Assembleia Nacional.
Segundo a nota de imprensa da UNITA, a proposta visa incentivar o diálogo, que tem juntado à mesma mesa representantes do executivo angolano e sindicatos, na busca de soluções para evitar a greve e atender às preocupações constantes no caderno reivindicativo dos trabalhadores.
Na base das duas propostas está o entendimento do GPU de que, enquanto órgão representativo do povo, a Assembleia Nacional tem o dever de contribuir para a solução dos problemas que afectam os cidadãos.
No mesmo documento, o GPU reitera o seu compromisso com as causas sociais e económicas dos trabalhadores, das empresas, das famílias, dos estudantes e do Estado, manifestando determinação de não desistir do mandato dos cidadãos, defender os seus direitos, liberdades e garantias fundamentais.