MPLA decide “cerrar fileiras” em torno de João Lourenço em homenagem à “forma patrioticamente dedicada como tem conduzido os destinos do país”
O Bureau Político do Comité Central do MPLA, partido que sustenta o governo em Angola desde 1975, decidiu, nesta sexta-feira, 28, “cerrar fileiras” em torno da figura do seu presidente, titular do Poder Executivo e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, João Lourenço.
A “decisão unânime”, tomada durante a 3.ª Reunião Ordinária do Bureau Político do MPLA — realizada no Auditório do Comité Central, no Complexo Turístico Futungo II, em Luanda, sob orientação do presidente do partido —, visa “expressar apoio incondicional” a João Lourenço, que deve enfrentar, em breve, na Assembleia Nacional (AN), um processo de destituição do cargo, movido pela UNITA, o maior partido na oposição.
“Ainda nesta senda, de forma unânime, os participantes à reunião concluíram que o momento é propício para cerrar fileiras em torno do líder do partido, bem como expressar incondicional apoio ao Presidente da República, titular do Poder Executivo e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, camarada João Lourenço, pelo sentido de Estado e a forma patrioticamente dedicada como tem conduzido os destinos do país”, lê-se no comunicado final do Bureau Político do partido no poder.
A actual situação política, marcada pela pauta da UNITA, levou também o Bureau Político do MPLA a fazer um apelo, em nome de todos os seus militantes, amigos e simpatizantes, “aos cidadãos em geral a manterem a serenidade”, prometendo — no quadro da responsabilidade acrescida que o partido tem e conferida pelo povo — “continuar a trabalhar para que a jovem democracia angolana não seja colocada em perigo, de forma irresponsável”.
O MPLA debate-se, desde o dia 19 deste mês, com a iniciativa da UNITA — ainda não formalizada — de destituição do Presidente João Lourenço, acusado de subverter o normal funcionamento das instituições democráticas do país.
No comunicado anterior, tornado público no dia 20 do corrente mês e ano, o BP do MPLA orientava o seu grupo parlamentar “a tomar todas as providências para que o Parlamento não venha a ser instrumentalizado” pela UNITA, para concretizar aquilo a que chamou de “desígnios assentes numa clara agenda subversiva, imatura e de total irresponsabilidade política”.