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Moody’s prevê evolução negativa das economias da africana subsaariana até 2023

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A agência internacional de notação financeira Moody’s perspectiva uma evolução negativa para as economias dos países da África Subsaariana até 2023, justificada pela frágil recuperação económica, persistentes riscos externos e falta de capacidade para ajustamentos.

No relatório citado pela Lusa, no último fim-de-semana, 20, o vice-presidente da Moody’s, Aurelien Mali, indica que “o crescimento do PIB para a região da África subsaariana vá acelerar marginalmente em 2022”, mas que “isso será insuficiente para recuperar a produção e as perdas de rendimento desencadeadas pela pandemia da covid-19”.

O responsável defende que, sem um aumento do apoio financeiro internacional, a capacidade de sustentar o peso da dívida vai enfraquecer-se consideravelmente, intensificando as pressões sobre a liquidez dos países e a vulnerabilidade aos riscos externos.

Tal cenário dever-se-á, segundo Aurelien Mali, à limitada capacidade dos sistemas bancários nacionais darem financiamento para suportar a aproximação da maturidade de várias emissões de dívida pública nos mercados financeiros, nos próximos anos.

O relatório aponta igualmente para a exposição aos riscos ambientais e sociais como um factor pertinente para a evolução do crédito, uma vez que “os governos muito provavelmente vão assistir à intensificação dos riscos sociais em resposta a uma fadiga sobre a pandemia e exigências crescentes de mais apoio orçamental, criação de emprego e serviços num contexto de baixo crescimento”.

No comentário ao relatório, Aurelien Mali afirma que o efeito na geração de receita, que já se encontra baixa, vai manter os défices orçamentais e os requisitos de financiamento elevados no próximo ano, e consequentemente os ‘fardos’ da dívida serão elevados.

Especializada em avaliação de risco de crédito, isto é, análise do grau de risco de diversos investimentos — sejam de empresas, organizações ou governos e/ou Estados —, a Moody’s é uma das mais famosas e influentes agências de classificação de risco do mundo, ao lado da Standard & Poor’s e da Fitch Ratings.

*Com a Lusa

Bernardo Pires

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