Isto É Notícia

MIREX faz da CNN Portugal bode expiatório no caso dos supostos “mercenários angolanos” na Rússia

Partilhar conteúdo

O Ministério das Relações Exteriores (MIREX) atirou-se, nesta sexta-feira, 24, contra a estação televisiva CNN Portugal, por esta ter divulgado uma notícia, avançada em primeira mão pelo Centro Nacional de Resistência Ucraniano, sobre o alegado envio de 100 mercenários angolanos à Rússia, para participarem da guerra com a Ucrânia.

Na nota de protesto, tornada pública na tarde de hoje — que ignora o facto de a fonte da informação ter sido o Centro Nacional de Resistência Ucraniano e não a estação televisiva portuguesa, sucursal da norte-americana CNN —, o MIREX, que considera as “informações falaciosas” e tendentes a “desacreditar as autoridades angolanas ao mais alto nível”, acusa ainda a CNN Portugal de “não ter exercido o contrário, quando teve toda a possibilidade de o fazer”.

“O Ministério das Relações Exteriores da República de Angola rejeita veementemente essas informações falaciosas, que constituem uma vontade deliberada para manchar e desacreditar a boa imagem das autoridades angolanas ao mais alto nível”, declara o departamento ministerial angolano.

O MIREX, que rejeita igualmente ter-se acordado o alegado envio dos mercenários à Rússia aquando da visita a Luanda do ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, esclarece que “Angola já foi vítima de mercenarismo nos primórdios da sua independência, tendo sempre condenado tais acções, tomando medidas enérgicas e exemplares para desencorajar práticas do género”.

“Face a esta situação, o Ministério das Relações Exteriores manifesta o seu desagrado junto das autoridades portuguesas perante o prejuízo causado por este acto irresponsável e reiterado da CNN Portugal”, refere a nota de protesto, deixando um alerta para o estado das relações entre os dois países:

“Esta acção da estação de televisão CNN Portugal em nada abona o bom relacionamento entre a República de Angola e a República Portuguesa”.

A CNN Portugal, longe de ter sido a única estação televisiva e órgão de imprensa mundial a avançar a notícia, foi apenas uma das dezenas de órgãos de comunicação a divulgar a notícia, que teve como fonte primária o Centro Nacional de Resistência Ucraniano.

Desconhece-se, entretanto, se o governo angolano, através do seu departamento ministerial, usou do mesmo mecanismo para protestar contra todos os órgãos de comunicação de expressão inglesa, francesa e até mesmo ucraniana e russa, que divulgaram a matéria.

ISTO É NOTÍCIA

Artigos Relacionados