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Kwanza continua em baixa. Agora é a moeda mais fraca de África

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Após registar uma queda de 21% no mês passado, o kwanza tornou-se na moeda mais fraca de África em relação ao dólar. Os analistas prevêem que preços baixos do petróleo e um aumento nos pagamentos da dívida irão pressionar o Banco Nacional de Angola (BNA) a suspender a sua protecção.

A análise é avançada pelo economista Gerrit van Rooyen, da Oxford Economics — empresa líder em previsões económicas globais e análises económicas —, à agência de notícias britânicas Reuters.

Há semana e meia, o kwanza era transaccionado a 637,30 por dólar norte-americano, tendo desvalorizado comparativamente a 15 de Maio do corrente ano, quando ainda custava 506,00 por cada dólar norte-americano, e em relação ao mês de Novembro de 2022, quando a transacção entre a moeda nacional e o dólar rondava entre  os 502 e os 506 kz.

O petróleo, explica o analista Gerrit van Rooyen, representa mais de 90% das exportações do país, sendo que as exportações de crude, no primeiro trimestre deste ano, caíram cerca de 30% face ao ano anterior.

O petróleo Brent, que serve de referência para as exportações angolanas, foi negociado a 82,10 USD o barril em média, no primeiro trimestre de 2023, ante 97,90 USD no mesmo período do ano passado.

“A taxa de câmbio do kwanza esteve notavelmente estável de Novembro a Abril, sugerindo ao Banco Nacional de Angola o uso de reservas cambiais para estabilizar o valor da moeda”, comentou o economista da Oxford Economics, alertando que futuramente essa intervenção do banco central poderá desaparecer.

“Em última análise, a intervenção tornou-se insustentável devido à queda constante do preço do petróleo — agora abaixo do preço do orçamento do Ministério das Finanças de 75 USD”.

“A queda do kwanza pode aumentar a inflação, que caiu de 27,7%, em Janeiro de 2022, para 10,6% em Abril, e aumentar o custo dos pagamentos da dívida internacional”, dizem os analistas.

Por outro lado, segundo Sarah Baynton-Glen, economista do Standard Chartered, “a valorização (do kwanza) lisonjeou os rácios da dívida de Angola desde 2020”.

“Uma nova depreciação provavelmente inverteria esta tendência (a dívida em relação ao PIB caiu para 63% no final de 2022 de 130% no final de 2020), dado que (cerca de) 80% da dívida de Angola é denominada em moeda estrangeira”, acrescentou Sarah Baynton-Glen, observando que o país tem 9,9 bilhões USD em pagamentos de dívida externa para este ano.

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