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João Lourenço ‘distribui farpas’ à oposição e Abel Chivukuvuku passa por ‘desencartado’

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Num discurso em que esteve quase sempre a passar mensagem por intermédio de alegorias e metáforas, o presidente do MPLA, João Lourenço, aproveitou o lançamento da pré-campanha do seu partido, ocorrida nesta terça-feira, 5, na província do Cunene, para ‘distribuir uma série de farpas’ aos seus mais directos adversários políticos, a quem acusa de estarem “tão fragilizados”.

Depois de uma alusão aos episódios ocorridos no dia 10 de Janeiro do corrente ano, no comité do Benfica, cuja responsabilidade atribuiu, de forma indirecta à UNITA, e ao confronto ocorrido em Sanza Pombo, no Uíge, envolvendo militantes do seu partido e da UNITA, o presidente dos Camaradas atirou-se contra o projecto político PRA-JA-Servir Angola, coordenado por Abel Chivukuvuku.

“A oposição está tão fragilizada que até fazem de uma simples comissão instaladora, que não está reconhecida, um partido político, e que age como tal, em desrespeito ao Estado. Agem como se se tratasse de um partido político”, começou por afirmar João Lourenço, para depois usar de uma comparação que tinha como pano-de-fundo a forma como a comissão instaladora do PRA-JA-Servir Angola se viu impossibilitada de seguir em frente no processo de legalização.

“Quando você vai à escola de condução fazer exame para ter a carta de condução e sai de lá reprovado, dizem: “volte daqui há uns tempos, prepare-se melhor para voltar a fazer o exame e nós te darmos a carta, que te vai habilitar a conduzir um carro”. Significa que você não pode conduzir carro nenhum na via pública até voltar e fazer um novo exame. É ou não é?”, questionou aos militantes do MPLA, que acorreram ao acto de lançamento da pré-campanha eleitoral.

Sempre inspirado por uma linguagem alegórica, João Lourenço afirmou — referindo-se claramente a Abel Chivukuvuku — que o que se está a ver “é alguém a circular na via pública, um desencartado, porque não está reconhecido como tal, não tem carta de condução, não tem livrete, não tem título de propriedade e está a circular na via. O que é que se faz? A polícia não pode deixar esse carro circular, pode trazer desgraça”.

Numa outra alusão, o discurso de João Lourenço faz uma viragem para distribuir também um golpe à UNITA, por esta reivindicar, publicamente, ser a grande responsável pela implantação da democracia em Angola.

“Não são eles que defendem a democracia mais do que nós? Até dizem que trouxeram a democracia… Eles é que trouxeram a democracia… Então vocês que trouxeram a democracia não respeitam a democracia, agem como se a democracia fosse anarquia. É preciso não confundir democracia com anarquia, não obstante terminar tudo em ia; não são a mesma coisa”, referiu João Lourenço, deixando um recado aos seus adversários:

“Então, em Agosto, vamos mandar também os desencartados de novo para a escola de condução, é ou não é? É a única forma de levá-los a respeitar a lei, a respeitar o Estado. Mas assim não vão longe, estão a dar todos os sinais de tanta debilidade que acredito que o KO não será difícil”.

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