Isto É Notícia

Isabel dos Santos, billionaire and former chairman of Sonangol Holding-Sociedade Nacional de Combustiveis de Angola EP, attends the inauguration of Efacec Power Solutions SA’s new electric mobility industrial unit in Maia, Portugal, on Monday, Feb. 5, 2018. The industrial unit will allow to increase the annual production capacity of high power fast loaders for electric vehicles. Photographer: Daniel Rodgrigues/Bloomberg via Getty Images

Isabel dos Santos reage às declarações de Pitta Grós: “Sempre estive disponível pelos meus advogados”

Partilhar conteúdo

A empresária angolana Isabel dos Santos reagiu esta quinta-feira, 10, às declarações à imprensa do procurador-geral da República, Hélder Pitta Grós, segundo as quais a antiga presidente do Conselho de Administração da Sonangol “já não terá oportunidade de ser interrogada para se defender” no caso em que é arguida, relacionado com o dossier ‘Luanda Leaks’.

Pitta Grós, que falava à margem da cerimónia de tomada de posse de 30 novos sub-procuradores da justiça, abordou o ‘processo Isabel dos Santos’, dando garantias de que o mesmo está “praticamente concluso”, havendo um atraso derivado do facto de a empresária “nunca ter sido ouvida, já que deveria ter sido interrogada na condição de arguida”.

Em resposta às declarações do procurador-geral da República, e através da rede social Twitter, Isabel dos Santos não se fez derrogada e veio a terreiro rebater as alegações do magistrado angolano.

“Sempre estive disponível e representada pelos meus advogados. Ao contrário da notícia, acredito que é do interesse de todos angolanos, e sobretudo do meu, esclarecer as inverdades que existem a meu respeito”, afirmou a empresária, assegurando que em altura alguma se negou a prestar esclarecimentos.

“Sempre estive disponível e continuo aqui disponível para repor a verdade. Acredito em Angola, sempre investi no meu país; criei empresas, empregos e formei pessoas. Eu amor Angola”, concluiu a empresária, no curto esclarecimento nas redes sociais.

Antes e em declarações à imprensa, Pitta Grós afirmou que à Isabel dos Santos já foram dadas “todas as oportunidades”, citando como exemplo as várias cartas rogatórias enviadas e que resultaram em autênticos fracassos para a PGR angolana.

A última destas cartas, lembrou o procurador-geral da República, foi solicitada aos Países Baixos. No entanto, salientou, Isabel dos Santos “escusou-se a colaborar” com as autoridades holandesas.

“Ela preferiu não o fazer e, portanto, vamos continuar com aquilo que a nossa lei processual penal prevê. A oportunidade já foi dada e ela negou-se a apresentar-se às autoridades. Por isso, não temos mais de dar outras oportunidades”, vincou Pitta Grós, quando questionado sobre os instrumentos a que poderá recorrer a justiça angolana a seguir.

Se a PGR vai ou não emitir um mandado de captura internacional, uma hipótese que Pitta Grós chegou a aventar em Maio deste ano, é uma decisão sobre a qual o procurador-geral da República não se quis debruçar, por se tratar de “uma questão processual que não deve ser divulgada”.

O caso ‘Luanda Leaks’

Isabel dos Santos e o falecido marido são acusados de engendrarem esquemas financeiros para desviar dinheiro do Estado angolano. O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou transacções suspeitas, incluindo um alegado desvio de 90 milhões de euros da Sonangol.

O ICIJ baseou a investigação ‘Luanda Leaks’ em 715 mil documentos. Contudo, Isabel dos Santos e Sindika Dokolo negaram qualquer envolvimento no caso, afirmando que os documentos revelados eram “falsos”. A empresária e o marido diziam-se ser alvos de um “ataque político” por parte do governo angolano.

ISTO É NOTÍCIA

Artigos Relacionados