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O presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) e Angola, Patrício Vilar, fala a agência Lusa durante uma entrevista na sede a instituição, em Luanda, Angola, 22 de maio de 2023. O presidente do IGAPE, entidade que gere o programa de privatizações em Angola manifestou-se satisfeito com os resultados obtidos na primeira fase do Propriv, salientando que “o filé mignon ainda está para vir”. (ACOMPANHA TEXTO DA LUSA DO DIA 28 DE MAIO DE 2023). AMPE ROGÉRIO/LUSA

IGAPE arrecadou 571 biliões de kwanzas com as privatizações, mas Patrício Vilar diz que “o melhor está para vir”

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O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) encaixou, desde 2019, cerca de 571 biliões milhões de kwanzas com a privatização de 93 activos, no âmbito do seu Programa de Privatizações (Propriv), que poderá prorrogar-se por mais cinco anos.

A informação foi avançada pelo presidente do Conselho de Administração do IGAPE, Patrício Vilar, em entrevista à agência portuguesa de notícias Lusa.

Dos 93 processos finalizados, foram contratualizados cerca de 955 biliões de kwanzas, porém só foram recebidos 571 biliões, por força do elevado número de contratos anulados (falta de pagamento), o que segundo Patrício Vilar já representa 2% do total.

Apesar de se mostrar satisfeito com os resultados obtidos na primeira fase do Propriv, Patrício Vilar sublinhou, ainda assim, que o “o melhor ainda está para vir”.

O Propriv foi aprovado em 2019, integrando 195 activos e empresas, mas tem vindo a sofrer alterações com entradas e saídas de bens, tendo sido anunciada este ano uma nova fase do programa, que se vai prolongar até 2026.

Do total de activos contemplados inicialmente, 93 processos foram concluídos, e Patrício Vilar considera que os objectivos foram até aqui atingidos, tendo em conta que nesta fase foram vendidos essencialmente activos como indústrias, agro-indústrias e fazendas.

“Se nós considerarmos que a maioria disto foram activos, estou satisfeitíssimo, ou seja, o filé mignon estava ainda para vir”, disse o responsável do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).

Vale recordar que o IGAPE deverá iniciar este ano a alienação de algumas das empresas mais apetecíveis no mercado, incluindo a Unitel, muito embora Patrício Vilar tenha sido cauteloso em relação aos prazos.

“Tratando-se de um IPO [Oferta Pública Inicial], não vale a pena especular quando é que vamos acabar”, disse, salientando que ainda estão a ser analisados cenários, nomeadamente se o Estado vai manter alguma participação. “Por isso não há pressa”, considerou.

“É importante distinguir os activos que interessa vender o mais depressa possível das empresas em que deve ser maximizado o valor de venda e melhoria da sua capacidade organizativa”, continuou.

“Qualquer precipitação num processo desses pode significar duas coisas: perda de valor e não ter melhorias de desempenho da empresa. Estes processos devem ser conduzidos com a prudência necessária”, referiu.

O Banco de Fomento Angola (BFA), a seguradora ENSA e a TV Cabo são outras das grandes empresas que este ano devem ser privatizadas via bolsa, segundo a programação do Propriv, publicada a 28 de Março no Decreto Presidencial n.º 78/23.

“Já consensualizámos com o próprio BFA que serão eles a conduzir a intermediação financeira do processo. O desafio é que não existe só um accionista, existem dois (o outro é o Banco Português de Investimento, detido a 100% pelo grupo espanhol Caixa Bank) e é preciso conciliar estratégias relativamente ao futuro desse activo”, analisou.

O processo de privatização das acções do Estado na Endiama (empresa nacional de diamantes), na petrolífera estatal Sonangol, e na Bolsa de Valores (Bodiva), será lançado através de uma Oferta Pública Inicial de acções em 2024, altura em que o governo angolano pretende também avançar com a venda da companhia aérea TAAG, e da agro-indústria Aldeia Nova.

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