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Etiópia. Jornalista francês detido e acusado de “conspiração para criar caos”

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O jornalista francês Antoine Galindo, da Africa Intelligence, está detido na Etiópia acusado de “conspiração para criar o caos” no país, informaram hoje o site de notícias e o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).
Na quinta-feira, 22 de fevereiro, (…) agentes de segurança (…) detiveram o cidadão francês Antoine Galindo, jornalista da Africa Intelligence (…). Desde então, está detido na esquadra da polícia de Adis Abeba”, noticiam os media franceses.

Galindo chegou à capital etíope em 13 de fevereiro para cobrir a 37.ª Cimeira Ordinária de Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) em Adis Abeba.

O jornalista tinha um visto que lhe permitia trabalhar no país e tinha informado as autoridades etíopes do trabalho que iria efetuar.

No sábado, o CPJ registou que o jornalista compareceu em tribunal sob a acusação de conspirar com dois grupos armados, o Exército de Libertação Oromo (OLA) e a milícia local Fano, para incitar à agitação na capital, embora a polícia não tenha apresentado provas substanciais.

Na audiência, Galindo pediu para ser libertado sob fiança, mas a polícia argumentou que precisava de o manter sob custódia para deter outros suspeitos, identificados como cúmplices, e para ter acesso aos registos das telecomunicações do jornalista.

Galindo foi detido no Hotel Skylight, na capital etíope, quando entrevistava Bate Urgessa, um responsável político da Frente de Libertação Oromo (OLF), da oposição, que também está detido, disse o advogado do jornalista ao CPJ.

“A detenção de Antoine Galindo é mais um exemplo do péssimo historial da Etiópia em matéria de liberdade de imprensa, onde pelo menos oito outros jornalistas estão atrás das grades pelo seu trabalho e devem também ser urgentemente libertados”, disse a diretora do programa do CPJ para África, Angela Quintal.

O CPJ assinalou a Etiópia é o segundo país que fez mais detenções de jornalistas na África subsaariana, com pelo menos oito jornalistas detidos desde 01 de dezembro de 2023.

A OLF foi um dos partidos que deixou de ser considerado terrorista quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, chegou ao poder em abril de 2018.

Os líderes da OLF começaram a regressar do exílio em setembro do mesmo ano.

LUSA

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