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Elinga Teatro estreia ‘A segunda conversão da rainha Nzinga Mbandi’

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O espaço Elinga Teatro estreou, nesta quinta-feira, 23, o espectáculo teatral ‘A segunda conversão da rainha Nzinga Mbandi’, uma produção da dramaturga Ana Andrade e supervisão artística de José Mena Abrantes.

O espetáculo, que será apresentado em quatro sessões, retrata a importância da história da rainha Nzinga Mbande, numa narrativa que transcende o espaço físico de Angola, ligando a história da escravatura em África e nas Américas a temas como colonialismo e resistência, género e liderança, poder, religião e espiritualidade.

A peça pretende transmitir a história desta figura angolana, que, antes de mais, cative o espectador, respeitando, contudo, o “facto histórico” da conversão da rainha.

Um dos episódios cruciais que se levará ao palco refere-se à história do século XVII, um momento de viragem política e social, no território de origem da actual república angolana.

“O nosso olhar sobre o facto histórico é o de artistas e criadores que reinterpretam as acções da personagem na época em que viveu, de acordo com as nossas vivências de criadores angolanos do século XXI”, lê-se numa nota do espectáculo.

O período que será abordado refere-se a meados do século XVII, quando ocorreram os acontecimentos, registados por testemunhas europeias, em torno da adopção de aspectos do catolicismo por parte da rainha Nzinga, soberana do reino da Matamba, já no final da sua vida.

Chefe poderosa de povos predominantemente ambundos e imbangalas, que viviam ao sul dos domínios do manicongo, rainha Njinga Mbande governou de 1624 a 1663, tendo uma história rica que foi registada com relativa minúcia, principalmente por missionários capuchinhos que actuaram na região de Angola durante o século XVII.

Nzinga viveu em tempo de muitas guerras, quando os portugueses se valiam de exércitos imbangalas nas suas tentativas de ocupação do território e nas expedições de captura de escravos.

Baptizada em Luanda em 1622, com o nome de Ana de Souza, antes mesmo de se tornar chefe, quando foi ao governador representando o rei Ngola, seu irmão, ao longo de seu governo manteve por alguns períodos contacto com missionários, aos quais geralmente protegia, garantindo que actuassem em terras controladas por ela.

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